:: Genji
Monogatari Amor,
traição e
ambição num dos romances mais antigos e famosos do
Japão. A obra literária mais famosa do
Japão antigo foi escrita por uma mulher, curiosamente numa
época em que
escrever ou fazer poemas era privilégio de homens. Murassaki
Shikibu,
filha de um poeta que exerceu vários cargos no governo,
tornou-se dama de
companhia de uma das mulheres favoritas do imperador Itijô.
Permaneceu oito
anos no palácio imperial e nesse ínterim captou todos os
conhecimentos para
colocar o “Genji Monogatari”, um romance que retrata o drama vivido
pelos
homens e mulheres da época. Amor traição,
ambição, angústia e tristeza, enfim,
todas as paixões da vida humana são apresentadas com
clareza em cinqüenta e
quatro seções do livro. NO TEMPO
DE GENJI No
século XI, Era
Heian, a cultura japonesa de modo geral floresceu e se desenvolveu
espantosamente. Não havia guerra nem cataclismos, nem grandes
modificações
políticas. O povo vivia em paz. E no palácio imperial,
promovia-se festas,
concursos e competições, os quais propiciavam o
surgimento de muitos romances
entre os privilegiados membros da corte. O
personagem
principal é Hikaru Genji (lê-se rikaru guenji).
Como demonstra seu
próprio nome (“hikaru” significa brilhar), era o que se poderia
dizer um
príncipe verdadeiramente brilhante, que se destacava em todos os
sentidos,
tanto pela beleza física como pela sua educação
cultural. Hikaru
era um dos
filhos do imperador, mas não conseguiu ser o seu sucessor. Ainda
jovem, se
apaixonara por uma das favoritas do imperador, Fujitsubo, o grande amor
de sua
vida, e por infelicidade, um amor impossível. Durante sua vida,
ele amou
diversas mulheres, mas não conseguiu esquecer o primeiro amor.
Possuía todas as
condições para ser o imperador, mas não o podia.
Esses dois motivos o
perseguiram a vida toda, causando-lhe constante conflito interno. A
história começa
com Kiritsubo, mãe de Hikaru Genji, que recebia
atenção especial do imperador
por sua beleza incomum. Por outro lado ela sofria com a inveja das
outras
mulheres. Kiritsubo faleceu muito cedo, mas a imagem da mãe de
fina educação
que causava inveja e ciúme a outras mulheres ficou guardada na
mente de Hikaru.
Tanto que é Hikaru, muito jovem, se apaixona por Fujitsubo, que
possuía fina
educação e tinha feições parecidas com a da
sua falecida mãe. Aos doze anos,
segundo o costume da época, Hikaru teve seu penteado alterado
para o de adulto
(considerava-se então adulto aos doze anos de idade). E na mesma
noite ele
contrai matrimônio com a filha de um poderoso fidalgo, a quem o
imperador havia
prometido o seu filho. Hikaru
foi morar na
casa da noiva, conforme o costume, mas não se interessava pela
esposa, saía a
procura de aventuras amorosas. Foram muitas as aventuras com mulheres
de todas
as classes sociais, algumas belas, algumas cultas e outras nem belas
nem
cultas. Um dia um
sábio
olhou para Hikaru Genji e lhe disse que possuía tudo para ser
imperador, mas
não chegaria a sê-lo. Em contrapartida um filho
subirá ao trono, outro será
“Dajôdaijin” (um cargo supremo) e a única filha,
imperatriz. Tudo aconteceu
exatamente segundo esta profecia. Primeiramente, Hikaru Genji ousou a
conquista
de Fujitsubo, a eleita do pai imperador, a qual concebeu um menino que
reconheceram como se fosse filho do imperador. Embora suas
feições se assemelhassem
evidentemente com as de Hikaru Genji o imperador o adorava sem
desconfiar da
verdade. Fujitsubo,
de
vergonha e remorso, não suportou a situação. Pediu
a Hikaru Genji que cuidasse
do menino, e decidiu-se drasticamente a isolar-se do mundo
enclausurando-se num
monastério. Hikaru Genji pela primeira vez sentiu a felicidade
de ser pai, mas
dadas as circunstâncias, esteve impedido de senti-la na sua
plenitude, porque
não podia trata-lo como filho. Este menino tão lindo
quanto o pai, mais tarde
subiu ao trono para ser imperador. Genji
Monogatari não
é um romance sobre disputa de poderes. É uma obra sobre o
amor e o sofrimento
causado por esse amor, no cenário de luxo da corte e dos
costumes da época.
Trata-se de um documento precioso que é considerado um tesouro
da história do
Japão. Em
português: A
escritora e tradutora Mitsuko Kawai, falecida em 1996, publicou um
livrete
chamado “Introdução ao Guenji Monogatari”, com tiragem
limitada, de onde foram
tiradas muitas das informações deste artigo. Autor: Francisco
Handa –
doutor em história pela UNESP, desenvolve pesquisa sobre cultura
tradicional
japonesa. É monge da escola Soto Zenshu. AO USAR
INFORMAÇÕES DESTE SITE, NÃO DEIXE DE MENCIONAR A
FONTE www.culturajaponesa.com.br
– autor: Francisco Handa. LEMBRE-SE:
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NÃO LHE DÁ DIREITO DE SE APROPRIAR DELAS. CITANDO
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