:: Quem foi Osamu Tezuka? Autor: Francisco Noriyuki Sato – Formado em jornalismo e publicidade, ambos pela Universidade de São Paulo, foi um dos fundadores e presidente da ABRADEMI – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações. Autor do livro “História do Japão em Mangá”, e do álbum “A Filosofia do Samurai na Administração Japonesa”, fez a adaptação para o português do livro “História do Xintoísmo”. Foi vice-presidente da Comunidade Budista Soto Zenshu da América do Sul, é Diretor de Eventos Culturais da ACAL – Associação Cultural e Assistencial da Liberdade. A moçada no Brasil hoje pode não se lembrar ou nem saber quem foi Osamu Tezuka. Grande pecado. Aquilo que hoje conhecemos como mangá e animê não existiria, se não fosse o maior dos criadores japoneses de quadrinhos e animação.
Mas a adolescência de Tezuka, ao invés de alegre e despreocupada, foi marcada pela 2a. Guerra Mundial. Idealista, o jovem Tezuka resolveu entrar na Faculdade de Medicina - sua "forma pessoal" de tentar compensar a dor da morte de amigos e colegas nas batalhas da guerra, procurando curar e salvar em tempos de violência. Mas antes mesmo de se formar, Tezuka já estava publicando seus quadrinhos em jornais. Com o fim da guerra e a derrota japonesa, vieram tempos de grande pobreza e dificuldades. Nessa época, Tezuka resolve se tornar desenhista. Enfrentando a fome e a escassez de meios, como de tinta e papel, ele começa a criar histórias cheias de humanidade, fantasia e mensagens de otimismo. Em 1946, ele cria seu primeiro "best-seller": Shin Takarajima (A Nova Ilha do Tesouro) - uma história em quadrinhos na forma de storyboard de desenho animado, misturando pela primeira vez elementos da linguagem cinematográfica aos quadrinhos, algo que se tornou a característica do mangá moderno. Poucos anos depois, Tezuka começaria a publicar as séries que marcaram gerações de crianças e jovens japoneses: Jungle Taitei (Kimba, o Leão Branco) em 1950; Tetsuwan Atomu (Astro Boy) em 1952; Ribon No Kishi (A Princesa e o Cavaleiro) em 1953, definindo com personagens magros e olhos grandes e brilhantes o estilo hoje conhecido como shõjo mangá, Hi No Tori (O Fênix) em 1967 e Black Jack em 1973. Em 1963, Tezuka finalmente realizou seu sonho de produzir animação em série no Japão, com a estréia na TV da versão em animê de Tetsuwan Atomu, realizada por sua própria produtora, a Mushi Productions. Em 1964, Tezuka se tornou o primeiro produtor de animê a exportar uma série para o exterior, quando Tetsuwan Atomu (Astro Boy) passou a ser exibida nos Estados Unidos. Pioneiro em tudo
que hoje chamamos de mangá e animê e criador
incansável, Tezuka mal parava para comer para não
desperdiçar tempo de trabalho. TEZUKA esteve no Brasil em
setembro de 1984, abrindo uma exposição organizada pela
ABRADEMI no MASP e chegou a dar uma aula de mangá especialmente
para os associados da Abrademi. Trazido pela Fundação
Japão, Tezuka orientou os diretores da ABRADEMI quanto a
direção que a entidade deveria seguir, o que foi feito
à risca. Analisando trabalhos de profissionais e amadores, o
"Deus" do mangá mostrou caminhos para melhorá-los, e
apesar da sua vasta experiência e conhecimento de mangá e
animê, jamais falou mal de qualquer trabalho. Tezuka encantou-se
com um personagem típicamente nosso - o rústico
cangaceiro. Antes de Tezuka, os personagens de mangá não tinham olhos grandes e o animê mal existia. Depois dele, a história cultural do Japão mudou para sempre. Hoje, a obra de Tezuka permanece viva através de um museu e de sua produtora, dirigida por seu filho. Saiba mais sobre
a ABRADEMI no site: www.abrademi.com Sobre
Osamu Tezuka, leia o livro: "Osamu Tezuka" em 4 volumes de mangá. |
|