fev 282024
 

A Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações – ABRADEMI, que foi fundada em 3 de fevereiro de 1984, está comemorando seu 40º aniversário com uma exposição no Museu da Imigração Japonesa, em São Paulo.

Numa época em que não se falava em mangá, a ABRADEMI procurou divulgá-lo desde o início, tratando o mangá como parte da cultura japonesa, e não como algo de consumo. Foi pioneira em evento de animê e mangá com o MangáCon, realizado por cinco anos consecutivos, onde valorizou dubladores nacionais, deu espaço para os cosplayers, criou o Anime Dance, o Anime-kê (karaokê de temas), apresentou shows de taikô e de esportes como kendô, homenageou os desenhistas veteranos e premiou desenhistas amadores com o Abrademi Contest.

A ABRADEMI também foi pioneira no curso de desenho de mangá, de roteiros de HQ, de introdução ao desenho animado, e até convidou o cineasta Zé do Caixão para ensinar a criatividade para roteiros.

No mesmo ano de sua fundação, o Brasil recebeu, em setembro de 1984, a visita do “Deus do Mangá”, Osamu Tezuka, convidado pela Fundação Japão. A ABRADEMI já havia realizado exposições, editado fanzines e participado de eventos, quando chegou o desafio maior: fazer uma exposição desenhistas de Histórias em Quadrinhos do Brasil para ser exibido no Museu de Arte São Paulo – MASP, junto com a mostra do mestre Osamu Tezuka.

Essa história da visita de Tezuka ao Brasil, bem como exposição original, está apresentada na Exposição 40 anos da Visita de Osamu Tezuka ao Brasil. Haverá palestras nos dias 17 e 24 de março de 2024, no período da tarde.

As palestras previstas são:

  1. Os desenhistas nikkeis de mangá – O escritor, desenhista e editor Franco de Rosa (Editora Press, Mythos, Opera Graphica e outros) e convidados – Dia 17/3 – 14h
  2. A História da Abrademi – Francisco Noriyuki Sato – presidente da Abrademi, presidente da Associação Fukushima, professor de História do Japão e autor de História do Japão em Mangá e de Banzai, História da Imigração Japonesa no Brasil – Dia 17/3 – 15h30
  3. MangáCon, o evento pioneiro de mangá e animê da América Latina – Cristiane A. Sato – autora do livro Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa – Dia 24/3 – 14h
  4. Os ensinamentos de Osamu Tezuka – profa. Sonia Maria B. Luyten, doutora em Comunicação Social pela USP, lecionou na USP, e na Universidade de Estudos Estrangeiros de Osaka e Tóquio, professora da Universidade Real de Utrecht (Holanda) e professora convidada da Universidade de Poitiers (França). Na década de 70, fundou na USP o primeiro núcleo de estudos de mangá – Dia 24/3 – 15h30
Osamu Tezuka e profa. Sonia Luyten no Japão

As exposições permanecerão no Museu da Imigração Japonesa entre 20/2 até 24/3/2024.

O Museu fica na Rua São Joaquim, 381, com bilheteria no 7º andar. Exposições no 8º e 9º andares. Palestras na sala Hiroshi Saito, no 8º andar. O museu funciona de terça a domingo, e na quarta-feira a entrada é franca. Horário: das 10 às 17 horas (a última entrada às 16 horas).

O museu tem uma pequena livraria e um bom café Nanaya com belos doces no 9º andar.

out 112023
 

A Associação Fukushima Kenjin do Brasil, em conjunto com a Abrademi, promove um treino gratuito da dança de bon odori, no caso, treinando o Waraji Ondo, que é típico de Fukushima e é apresentado no Waraji Matsuri todos os anos.

Dia 22 de outubro de 2023, na sede da Associação Fukushima, na Rua da Glória, 721, Liberdade, São Paulo. Das 10 às 12 horas, com a coordenação do grupo Ryo Kochi Yosakoi. A participação é aberta ao público.

Em todos os eventos de bon odori, há um grupo que conhece a música e começa os primeiros passos, e logo em seguida, chama o público para participar. Nessa hora, é interessante conhecer pelo menos os passos básicos para entrar na brincadeira e fazer parte do grupo. Essa é a ideia da Associação Fukushima. Qualquer pessoa, sem qualquer aptidão para dança, poderá participar. Crianças a idosos, não há qualquer limite de idade.

As músicas de bon odori são variadas, mas todas são parecidas em termos de dança. Quem consegue dançar uma, conseguirá facilmente aprender outras danças de bon odori. Músicas pop são também utilizadas nos eventos do Japão e também em outros países.

Quanto ao Waraji Ondo, tem uma história bem antiga. No meio da atual cidade de Fukushima, existe uma montanha alta chamada Shinobuyama. Desde antigamente, se dizia que os deuses habitavam nesse lugar. Um dos deuses, Niou-sama, seria um gigante, e protegia a saúde dos viajantes. Como as viagens na época eram todas a pé, andando por trilhas com espinhos, insetos e cobras, era fundamental proteger os pés.

Assim, foi feita uma sandália de palha (waraji), de 12 metros de comprimento, e cerca de 100 pessoas carregavam-na até o templo de Niou-sama, sempre no mês de fevereiro.

Essa procissão deu origem ao atual Waraji Matsuri em 1970, quando foi feito outro waraji gigante para formar o par. O Waraji Matsuri é realizado no mês de agosto, em três dias. O bon odori é um matsuri de finados. E os finados no Japão acontecem em agosto, nas férias de verão japonês.

Curiosidade: Quando arrebenta a tira do chinelo, ainda hoje, os japoneses dizem que vai acontecer alguma coisa ruim. Os imigrantes japoneses também diziam o mesmo no Brasil. De fato, o waraji era o calçado fundamental para as viagens que os antigos faziam a pé. Como um adulto andava em média 40 km por dia, o waraji não durava muito tempo, tendo que ser substituído várias vezes durante a viagem. E se você não tiver outro waraji para substituir, bem, coisas ruins vão acontecer.

Dia 22 de outubro de 2023 (domingo), na sede da Associação Fukushima, na Rua da Glória, 721, Liberdade, São Paulo. Das 10 às 12 horas

Informações: abrademi@abrademi.com

 

set 132023
 

A proposta é simples. Uma mãe deve escrever uma carta para seu filho, em japonês, e tem até 400 letras para expressar a sua mensagem. Basta escrever a carta no formulário abaixo e enviar para o endereço que está no folheto. O prazo vai até 02 de outubro de 2023, mas atenção, é o prazo da carta chegando no Japão. Se quiser mandar mais cartas, tire cópias do formulário e coloque cada uma das cartas em envelope separado.

Leia o folder com o regulamento. Se as letras estiverem pequenas, salve a imagem e abra com algum programa ou imprima.

set 042023
 

A União Cultural Guinkenshibu do Brasil realiza, no dia 10 de setembro de 2023, a partir das 10 horas, a 48ª Apresentação de Canto Entoado e Dança de Espada e Leque (Guinkenshibu Taikai).

O que é Guinkenshibu?
A palavra Guinkenshibu, em japonês, é uma junção de diversas palavras e significados e é considerado um Caminho, ou seja, uma forma de aperfeiçoamento pessoal e uma expressão artística tradicional. O Guinkenshibu é o Caminho que engloba a Declamação de Poemas e a Dança da Espada. Isso se expande em três artes interligadas, quais sejam:

Kenbu 剣舞 ou 剣武, que é a dança marcial da espada, baseada nas artes marciais tradicionais japonesas de combate com a espada embainhada (Iaijutsu) ou desembainhada (Kenjutsu), além de técnicas de luta corporal (Jūjutsu ou Yawara);

Shibu 詩舞, que é a dança marcial do leque, sendo uma derivação do Kenbu; e

Shigin 詩吟, que é a declamação de poemas conforme a forma tradicional japonesa. A declamação não é uma simples récita, assemelhando-se de certa forma com o canto lírico (operático) ocidental, uma vez que utiliza a voz empostada, que vem da respiração diafragmática, e obedece a determinadas regras para que o poema seja entoado de forma adequada. O Shigin pode ser feito por uma única pessoa ou pode ser feito coletivamente, no que se chama de Gōgin.

Fundamental ressaltar que o Kenbu e o Shibu são diferentes das danças populares japonesas, como o Bon Odori. Essas apresentam movimentos mais simples e não raro repetitivos, além de músicas de cunho naturalmente popular. Em contrapartida, o Kenbu e o Shibu trazem movimentos oriundos das artes tradicionais japonesas, especialmente as artes marciais, e são executados juntamente com composições literárias mais complexas. Nesse sentido, o Kenbu e o Shibu se mostram mais próximos de artes como o Teatro Nô e o Kabuki. 

Origem do Guinkenshibu
Danças utilizando espadas ou leques, em um sentido amplo, são bastante antigas no Japão, remontando pelo menos ao século VIII, quando já existiam danças utilizando espadas tanto para fins cênicos quanto para fins cerimoniais. Similarmente, mais ou menos nessa época, a composição e a récita de poemas já eram populares entre a nobreza, habilidades que, posteriormente, também se difundiram entre sacerdotes, guerreiros e outros eruditos.

Acredita-se que o formato atual do Guinkenshibu começou a se desenvolver aproximadamente em meados do século XIX, já no período do final do Xogunato Tokugawa. A popularização do estudo dos poemas levou ao recital e declamação para fins de aprendizado e apresentação, formando as bases para o Shigin de hoje.
Já na Era Meiji (segunda metade do século XIX), o Kenbu ganhou os contornos da prática atual, por ocasião das iniciativas de Sakakibara Kenkichi, um famoso samurai da época, que promoveu o Kenbu como parte das diversas demonstrações de artes marciais da época.

Ainda na Era Meiji, mestres como Hibino Raifū, Chōsokabe Chikashi (Rinma) e Kanabusa Kan’ichirō desenvolveram e formalizaram o Kenbu como é praticado hoje em dia, criando estilos de Kenbu que, por sua vez, geraram diversas ramificações posteriores. Dentro desse contexto, foi desenvolvido também o uso do leque em substituição à espada, gerando o Shibu.

No século XX, a declamação de poemas se difundiu não apenas entre os eruditos, mas também entre a população em geral. Mestres como Kimura Gakufū e Manago Saishū ajudaram a impulsionar o Shigin no Japão, fomentando a popularização da declamação de poemas.

Atualmente, existem diversos estilos de Kenbu, Shibu e Shigin espalhados por todo o Japão e em diversos países no exterior, incluindo naturalmente o Brasil. A organização que congrega a arte no Japão é a Nippon Ginkenshibu Foundation ( 日本吟剣詩舞振興会 ), fundada em 1968, que realiza diversos eventos da arte, incluindo campeonatos em nível nacional, além de estimular a difusão da arte e a formação de novos praticantes e instrutores.

48ª Apresentação de Canto Entoado e Dança de Espada e Leque (Guinkenshibu Taikai)
Dia 10/9/2023 (domingo) – Início: 10 horas
Local: Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo) – Rua São Joaquim, 381 – Pequeno Auditório – Liberdade, São Paulo.

Onde praticar
Os locais de prática podem ser obtidos através do contato com a União Cultural Guinkenshibu do Brasil.
Contato: Miyamura (11) 98296-8834 (WhatsApp)

set 042023
 

O Japão tem 55 vulcões ativos, quase 30 furacões e cerca de 1500 terremotos por ano, tsunamis e inundações. Não é um lugar fácil. Por isso, o país vem desenvolvendo, ao longo de sua história, estratégias e meios para superar cada acontecimento, e principalmente, evitar que haja muitas vítimas. Desastres naturais acontecem, e muitos deles não têm como serem previstos ou impedidos, mas há como a população, a sociedade civil e o governo se prepararem para quando acontecer.

A Associação Fukushima Kenjin do Brasil e a Abrademi realizarão uma palestra com o tema “Os Desastres Naturais do Japão – As tragédias que mudaram os japoneses”. Serão abordados os principais acontecimentos que ficaram na história e as transformações que ocorreram no Japão, além dos preparativos da população, e a atuação dos voluntários nesses acontecimentos. Os palestrantes são:

Francisco Noriyuki Sato, jornalista, editor de livros e professor de História do Japão;

Bruno Ramos, doutor em Química pelo Instituto Tecnológico de Tóquio, estudava no Japão em 2011, na ocasião do Grande Terremoto e Tsunami de Tohoku e foi como voluntário ajudar em Fukushima;

Ricardo Sasaki, doutor em direito, ex-vice-cônsul do Brasil no Japão, e atual diretor executivo da Ajinomoto, visitou uma das cidades mais atingidas pelo tsunami em Fukushima logo após o acontecimento.  

Dia 16 de setembro de 2023 (sábado), das 9 às 12 horas
Local: Associação Fukushima Kenjin do Brasil
Rua da Glória, 721 – Liberdade – São Paulo
Entrada franca

Apoio Institucional: Consulado Geral do Japão em São Paulo e Fundação Japão em São Paulo