Desde que o Japão sediou pela primeira vez os Jogos Olímpicos, em 1964, o país está prestes a viver um novo marco em sua história. Em 2020, será a sede dos Jogos Olímpicos pela segunda vez.
Para celebrar esta trajetória, relembrar grandes artistas em atuação na década de 60, e comemorar a próxima edição no país, que acontecerá em 2020, a Fundação Japão promove três eventos muito especiais.
A Emergência do Contemporâneo: a Vanguarda no Japão, 1950 – 1970
Inédita no país, a exposição de arte de vanguarda japonesa traz 70 obras produzidas ao longo de 20 anos por artistas como Kazuo Shiraga, Sadamasa Motonaga, Atsuko Tanaka, Genpei Akasegawa, Jiro Takamatsu, Natsuyuki Nakanishi, Arata Isozaki, Yoko Ono, Yutaka Matsuzawa e Kishio Suga. É interessante porque o Japão produziu vários movimentos artísticos na década de 50, dando espaço para artistas como Atsuko Tanaka, cujos trabalhos podem ser vistos no Ashiya Art Museum, em Hyogo.
De 14 de julho a 28 de agosto, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, obras do pós-guerra ao auge da economia japonesa estarão expostas baseadas em temas como “Política da Abstração”, “Intervenção Urbana” e “Arte e Engajamento Social”. Algumas delas, inclusive, foram exclusivamente produzidas para esta exposição.
Mostra de Cinema Japonês – Especial Ko Nakahira
Pela primeira vez no Brasil, a mostra de longas-metragens de Ko Nakahira estará em cartaz de 27 de julho a 1 de agosto, no Centro Cultural Banco do Brasil. Um dos principais cineastas atuantes no período dos Jogos Olímpicos de 1964, destaca-se pelo andamento dinâmico e técnicas cinematográficas diversas. Na mostra, oito obras apresentarão o variado universo de Nakahira, incluindo temática juvenil, ação, comédia, suspense e filme de arte.
Concerto POP: Olha pro Céu – Look at the Sky
Dias 29 e 30 de julho, no VIVO Rio, a produção conjunta Brasil-Japão traz uma apresentação de união dos dois países, com a participação de grandes nomes da música japonesa e brasileira. O ponto alto será a apresentação de “SUKIYAKI – ue wo muite arukou”, a canção japonesa que conquistou o mundo em 1964. Este momento reunirá, no palco, os artistas japoneses e brasileiros cantando em japonês, inglês e português. Participam do show Vanessa da Mata, Tokyo Ska Paradise Orchestra e Marcia, além do convidado especial Emicida.
Exposição: A Emergência do Contemporâneo: a Vanguarda no Japão, 1950 – 1970
De 14 de julho a 28 de agosto de 2016
Paço Imperial – Praça Quinze de Novembro, 48 – Centro – Entrada Franca
Realização: Fundação Japão | Paço Imperial | IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional | Ministério da Cultura. Apoio especial: Ishibashi Foundation. Apoio: Lufthansa Cargo AG | Amigos do Paço | Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro | Prefeitura do Rio de Janeiro
Cinema – Mostra de Cinema Japonês – Especial Ko Nakahira
De 27 de julho a 1 de agosto de 2016
Entrada franca (retirada de ingressos 1 hora antes de cada sessão. Limite de 2 ingressos por pessoa.)
Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Realização: Fundação Japão. Apoio: Centro Cultural Banco do Brasil | Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro | Prefeitura do Rio de Janeiro | Ministério da Cultura
Música – Concerto POP: Olha pro Céu – Look at the Sky
29 e 30 de julho de 2016, às 20h30 (abertura da casa para o público às 19:30)
Ingressos à venda: www.vivorio.com.br ou na bilheteria do Vivo Rio
Vivo Rio – Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo
Realização: Fundação Japão, Produção: Sony Music do Brasil. Apoio : Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro |Prefeitura do Rio de Janeiro
Nos dias 29 e 30 de março, duas sessões especiais exibirão o documentário Kasamayaki (Made in Kasama, Japão & EUA, 2014, 78 min, Blu-ray, legendado), seguido de bate-papo com a cineasta japonesa Yuki Kokubo. Os eventos acontecem respectivamente no cinema Caixa Belas Artes, às 19h30, em São Paulo, e no dia seguinte, no auditório municipal do Centro Cultural “Carlos Fernandes de Paiva”, às 15h, na cidade de Bauru.
As duas sessões terão entrada gratuita. Em São Paulo, os ingressos serão distribuídos a partir de 24 de março, na bilheteria do cinema. Mais informações sobre o documentário em: www.kasamayakifilm.com
Yuki Kokubo – Yuki Kokubo nasceu em Kasama, na Província de Ibaraki, em uma comunidade rural de artistas no Japão. Aos oito anos de idade, partiu com os pais para Nova Iorque, em busca do sonho de viver da arte. Após alguns anos, presenciou o fim dos sonhos de seus pais, que, com dificuldades, decidiram retornar ao Japão, deixando a filha nos Estados Unidos. Yuki, aos 16 anos de idade, começou a fotografar e frequentou a School of the Art Institute, em Chicago. Mais tarde, estudou Social Documentary Film na Escola de Artes Visuais.
Em 2011, assistiu pela imprensa a devastação do terremoto e tsunami e sua terra natal. Com a tragédia ocorrida no Japão, mesmo ressentida pelo suposto abandono de seus pais, Yuki decidiu que era hora de voltar à sua terra natal para visitá-los e ver com os próprios olhos o que restou após a tragédia.
“Senti a necessidade de estar perto de minha família e também de documentar o que estava acontecendo no Japão”, revela.
Foi assim que começou a trabalhar em seu primeiro documentário de longa-metragem, Kasamayaki (Made in Kasama). Em 2013, o filme recebeu financiamento da Fundação Jerome e foi selecionado como um dos dez filmes documentários para o IFP’s Independent Filmmaker Labs. Em 2014, Yuki recebeu uma bolsa individual do Conselho de Estado de Nova Iorque para as Artes por seu trabalho em Kasamayaki.
Kasamayaki (Made in Kasama) – O documentário tem início já no aeroporto, no momento de seu desembarque. Com o passar do tempo, Yuki pressiona seus pais por respostas, em meio ao dia a dia que intercala atividades domésticas e jardinagem a pequenos tremores de terra e a constante preocupação com os níveis de radiação, visto que a cidade está localizada a aproximadamente 140 km dos reatores nucleares de Fukushima. Ao longo do filme, Yuki revela, por meio de diálogos tensos, as complexas ligações e imperfeições de uma família e sua busca por respostas acumuladas ao longo dos anos. Assim, realizando pequenas entrevistas com os pais, lentamente (e relutantemente) percebeu que estar lá era a chance de redescobrir quem eram seus pais e o real motivo do distanciamento da família. “A câmera tornou-se uma ferramenta poderosa, permitindo que eu abordasse temas difíceis que evitávamos havia muito tempo.” Foi assim que percebeu que aquele filme não apenas poderia retratar uma região devastada e o início de sua luta para se reerguer, mas também a reunião e a compreensão de um drama familiar. “Pude perceber a forma como meus pais usam a criatividade para superar dificuldades na vida e assim, finalmente, entendi que o meu filme poderia ser usado para curar não apenas a nossa família, mas também inspirar outras a encontrar a cura em suas próprias vidas.”
Kasamayaki (Made in Kasama, Japão & EUA, 2014, 78 min, Blu-ray, legendado)
29 de março, terça-feira, às 19h30 – São Paulo
Local: Cinema Caixa Belas Artes – Sala Carmen Miranda (96 lugares) – Endereço: Rua da Consolação, 2423 – Cerqueira César – São Paulo, SP – Informações: (11) 2894-5781
Ingressos Gratuitos – Retirada a partir de 24 de março na bilheteria do cinema.
30 de março, quarta-feira, às 15h – Bauru
Local: Auditório Municipal do Centro Cultural “Carlos Fernandes de Paiva” (60 lugares)
Endereço: Av. Nações Unidas, 8-9 – Centro – Bauru, SP – Informações: (14) 3235-1312
Entrada Franca – Sem necessidade de ingresso
Realização – Fundação Japão em São Paulo
Apoio – Caixa Belas Artes – Secretaria Municipal de Cultura de Bauru
Única sucessora no mundo do mestre Hoichi Okamoto (Hyakki Dondoro), Michika Iida vem ao Brasil para duas apresentações de seu exclusivo Teatro Yumehina. As apresentações acontecem nos dias 12 e 13 de março, no Teatro FECAP, localizado no bairro da Liberdade, em São Paulo. Com entrada franca, os ingressos deverão ser retirados na entrada do Teatro FECAP uma hora antes do início do espetáculo, com um limite máximo de 2 ingressos por pessoa.
Natural da Província de Kagoshima, no Japão, Michika Iida viu sua vida se transformar ao assistir, em 1997, um documentário sobre o mestre Hoichi Okamoto. Na época, aos 25 anos de idade, era funcionária de uma empresa e morava em Kagoshima.
Assim, naquele mesmo ano ingressou no Hyakki Dondoro e, desde então, seguiu os passos do líder do grupo, Hoichi Okamoto, conhecido por apresentações enérgicas ao manipular bonecos de tamanho natural. Como integrante do grupo, participou da criação das peças e dos bonecos, bem como esteve presente em apresentações em diversos países da Europa e inclusive no Brasil.
De uma das vezes em que esteve no país, em 1996, lembra da descontração e entusiasmo do público. “Foram inesquecíveis a sintonia e o entusiasmo do público perante o ‘amor’ retratado nas peças”, recorda.
Debutou nos palcos em 1998. Em 2000, se apresentou em festivais na França, Itália, Grécia. Em 2001, criou o “Yume Ningyo Hiina” para mostrar seu próprio universo, passando a se apresentar por todo o Japão. Em 2006, já independente do Dondoro, começa a trilhar o seu próprio caminho, conquistando novas fronteiras com a confecção e manipulação de seus próprios bonecos e peças. Sua obra foi apresentada ao público pela primeira vez em Tóquio, em 2008. Apresentou-se nos maiores festivais de teatro de bonecos do Japão, em Nova Iorque (EUA), na Turquia, além de participações em projetos colaborativos de TV, cinema, artes tradicionais e jazz.
Teatro Yumehina, o teatro de bonecos de Michika Iida
Criado na década de 70, no Japão, o Teatro Dondoro, do Mestre Hoichi Okamoro, ou Hyakki Dondoro, traz como principal característica a utilização de bonecos em tamanho natural, que contracenavam com seu criador. “‘Hyakki’, ou espíritos sem limites, representa a ideia de que “o boneco é um recipiente oco que recebe o espírito do ser humano”, afirmava o Mestre Okamoto, diz Michika.
Embora o Japão apresente tradição em teatro de bonecos, Michiko expica as principais diferenças entre sua arte e as demais existentes no país, como o Bunraku.
“O estilo desenvolvido pelo mestre Hoichi Okamoto não pertence a nenhum outro gênero. Por exemplo, enquanto no Bunraku um boneco é manipulado por 3 pessoas, os meus são manipulados apenas por mim. Também no Bunraku, há o boneco, o recitador e o instrumento shamisen. No meu estilo, exceto em obras específicas, não há texto, somente música. Também no meu caso, não exerço somente o papel de manipuladora. Com o uso de máscaras, para que o corpo fique parecido com o boneco, contraceno com o boneco”.
Após anos de estudos e dedicação ao lado de seu grande mestre, a partir de seu falecimento, em 2010, Michika Iida tornou-se a única representante e sucessora do Teatro Dondoro.
Assim, surgiu o Teatro Yumehina, da união das antigas denominações de ‘Sonho’ (Yume) e ‘Bonecos’ (Hina), hoje também chamado de Teatro de Bonecos de Michika Iida. Em suas apresentações, traz expressões cênicas ímpares, a partir da presença de bonecos de tamanho natural confeccionados pela própria artista.
O processo de confecção, explica a artista, é iniciado pela parte da cabeça, o que acaba determinando o tempo de produção, que gira em torno de 2 meses.
“Normalmente utilizo um boneco por peça, mas cada boneco não se limita a uma única peça, pois trabalho novas combinações de cabeça, corpo e figurino, ampliando as possibilidades de variação de personagens”. Seus bonecos ganham vida no palco, bailando e atuando neste universo mágico e misterioso.
Serviço: Teatro Yumehina, o teatro de bonecos de Michika Iida
Dia 12 de março de 2016 (sábado), às 20h
Programa: 1 – Rocka (A Mulher da Neve) e 2 – Kaze (A Deusa do Vento e o Imperador Criança)
Dia 13 de março de 2016 (domingo), às 18h
Programa: 1 – Rocka (A Mulher da Neve) e 2 – Keshin (A Encarnação)
Teatro FECAP – Av. Liberdade 532, Liberdade, São Paulo – SP
Duração do espetáculo – aproximadamente 70 minutos – Capacidade – 400 lugares
Recomendado para maiores de 12 anos – Entrada franca
Retirar os ingressos na entrada do Teatro FECAP uma hora antes do início do espetáculo. Máximo de 2 ingressos por pessoa, sujeito à lotação do espaço.
Mais informações: Fundação Japão em São Paulo
Realização: Fundação Japão, Apoio: FECAP – Fundação Álvares Penteado
A Fundação Japão em São Paulo promove no próximo sábado, 16 de janeiro, das 15h às 19h, um “Workshop de Karuta Competitivo” com a presença da atleta japonesa Mutsumi Stone.
O evento acontece na Associação Beneficente Provincianos Osaka Naniwa Kai e é aberto ao público, mas com vagas limitadas.
O evento será dividido em três partes: palestra, workshop e demonstração de kyogi karuta. Será mostrada a história do karuta, como se joga o kyogi karuta (karuta competitivo) e as técnicas básicas necessárias para o jogo, tais como o posicionamento das cartas, o que são kimari-jis, como pegar as cartas e também dicas para auxiliar a memorização.
Na terceira parte, um workshop apresentará partidas rápidas junto do público, que será dividido em dois grupos. Aqueles com conhecimento de hiragana jogarão chirashidori, no qual todas as cartas são espalhadas e o objetivo é pegar o maior número de cartas. Os demais, que não tiverem conhecimento de japonês, jogarão uma versão que traz nas cartas as letras romanas.
Depois, uma simulação de torneio, com partidas de verdade, será realizada para que o público possa assistir e se familiarizar ainda mais com o jogo.
Ao final, a partir das 19h, será servido um lanche para confraternização entre o público e os praticantes de kyogi karuta.
Mutsumi Yoshida Stone – Mutsumi Stone é uma jogadora de kyogi karuta de 6º dan e também instrutora, dedicada a introduzir e promover o jogo e os poemas de Hyakunin-isshu ao redor do mundo. No período de 2000 a 2012, quando viveu em países como Inglaterra, Casaquistão, Tailândia e China, promoveu o karuta por onde passou, retornando aos Estados Unidos no começo de 2013. Lá, ela criou o DC Inishie Karuta Club, e desde então vem promovendo o karuta entre alunos de colégios e universidades, e em eventos como o Sakura Matsuri Festival e New Year Festival em Washington DC, entre outros.
Kyogi Karuta – O termo “Karuta” vem do português “carta”, no sentido de “baralho”, e Kyogi Karuta é um jogo de cartas que utiliza 100 poemas antigos japoneses, escritos por 100 poetas diferentes, chamados Hyakunin-isshu.
O jogo é composto de dois conjuntos de cartas, cada um composto por 100 cartas. Um deles é chamado de Yomifuda, ou cartas de leitura, e o outro Torifuda, ou cartas de pegar.
Há um poema completo em cada Yomifuda, juntamente com o nome e uma figura do poeta que escreveu o poema. Já no Torifuda, há apenas a segunda parte do poema, escrito em hiragana.
Na partida, as cartas Torifuda são dispostas no chão, visíveis aos competidores. O leitor passa então a ler, aleatoriamente, as cartas Yomifuda, uma a uma, enquanto os jogadores, que estão ajoelhados, disputam para pegar o complemento correto da carta. O jogador mais rápido, que tocar primeiro a carta, fica com ela.
Hoje em dia, mais de 60 campeonatos de Kyogi Karuta acontecem pela All Japan Karuta Association no Japão anualmente. Há cinco níveis de jogador, desde a classe E até a mais alta classe A.
Palestra, Workshop e Torneio de Kyogi Karuta (50 vagas)
Data: sábado, 16 de janeiro de 2016 – Horário: das 15h às 19h
Local: Associação Beneficente Provincianos Osaka Naniwa Kai
Rua Domingos de Morais, 1581, Vila Mariana, São Paulo
Indicado para maiores de 15 anos
Entrada franca – Os interessados devem se inscrever pelo email info@fjsp.org.br.