Muitos japoneses e seus filhos se destacam na produção e desenvolvimento de hortaliças, frutas e cogumelos, mas alguns ganham notoriedade. É o caso de Hiroshi Ikuta. Filho de agricultores imigrantes japoneses de Mogi das Cruzes, SP, graduou-se engenheiro agrônomo pela ESALQ-USP, em 1954. Pouco tempo depois passou a integrar o quadro de docentes do Departamento de Genética daquela escola. Foi responsável pela montagem da Estação Experimental do Setor de Melhoramento de Hortaliças no bairro de Rio Acima, em Mogi das Cruzes, inaugurada em 1960. Os trabalhos de melhoramento desenvolvidos pelo prof. Ikuta na Estação resultaram no lançamento de variedades de berinjela, repolho, alface, pepino, cenoura, pimentão entre outras espécies e revolucionaram o cultivo de hortaliças não só de São Paulo mas de todo o país.
Ikuta foi pioneiro na obtenção de híbridos de hortaliças, dos quais sempre foi um entusiasta, e desenvolveu híbridos nacionais de couve-flor, repolho, berinjela, pimentão, pepino, tomate, abóboras e milho doce.
Doutor em Agronomia pela Universidade de São Paulo, onde defendeu tese sobre o melhoramento de hortaliças no Estado de São Paulo, fez pós-doutorado em agronomia na Universidade de Kyoto, no Japão, e foi professor de pós-graduação na USP..
Nos últimos anos, o professor Ikuta dedicou-se a pesquisas com xaxim, vegetal praticamente extinto na Mata Atlântica e de fundamental importância para a conservação do solo e manutenção das águas subterrâneas, e foi colaborador da Universidade de Mogi das Cruzes, onde atuou no Centro Biomédico, além de ter desenvolvido trabalhos de melhoramento de orquídeas em convênio com a Aflord e a Fapesp.
O prof. Hiroshi Ikuta será homenageado durante o 4º Encontro Bunkyo Rural, a ser realizado em Mogi das Cruzes, nos dias 13, 14 e 15 de setembro de 2013. Mais informações sobre Bunkyo Rural no nosso post anterior.
O que é valorizar a raiz? Não temos conhecimento de um “encontro de paulistanos”, mas quem nasce em Bastos valoriza realmente a sua origem. Mas valoriza tanto que possuem até um clube de ex-bastenses em São Paulo, o Gecebs, que é conhecido nacionalmente pelo beisebol.
Terra do ovo, a cidade paulista revelou nikkeis conhecidos, como o ex-ministro das minas e energia, Shigeaki Ueki; o desembargador Kazuo Watanabe, professor Doutor da Universidade de São Paulo, que assumiu o posto de Juiz de Direito em 1962; e o professor Ii-Sei Watanabe, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, detentor de vários títulos de pós-doutorado em diversas universidades do exterior. A lista de famosos engloba os coronéis da PM Reizo Nishi e do Exército Yoshio Kiyono. Obviamente, existem muitos outros, mas esses são lembrados porque cresceram num período mais difícil para os nipo-brasileiros, no período da guerra, e ajudaram a construir uma imagem melhor para a comunidade, uma imagem de sucesso. E talvez por isso os bastenses valorizem tanto a sua origem.
Agora, os originários de Bastos organizam o Mega Encontro Cultural e Beneficente de Bastenses, “saudando as nossas origens e celebrando os nossos valores”, no dia 21 de setembro de 2013, das 9 às 17 horas, no Círculo Militar de São Paulo, na Rua Abílio Soares, 1589, Ibirapuera, São Paulo.
Será servindo um almoço, com apresentações de taikô, show do cantor Nobuhiro Hirata, do bon odori e sorteio de brindes. Informações e convites com: Yoshio Kiyono (11) 99984-5697, Paulo Hashimoto (11) 99585-8534, Minoru Matsuura (21) 9871-0400, Relojoaria Takata (14) 3478-2110.
A Associação Comunidade Yuba, que comemorou o 50º aniversário do teatro e ballet, foi homenageado com um belo documentário de 26 minutos, que fala da origem do teatro Yuba, que foi construído em 1961 pelos próprios moradores do local.
Fazem parte do vídeo depoimentos fascinantes como o da coreógrafa Akiko Ohara, que atuava na TV em Tóquio e se mudou juntamente com o seu marido escultor Hisao para a comunidade no Brasil, abandonando todo o conforto urbano que tinham para uma vida mais simples, do ponto de vista material, de arte e cultura.
Akiko lembra o líder da comunidade, Isamu Yuba, que ao assistir ao ensaio das crianças orientadas por ela, resolveu construir imediatamente um teatro no meio do cafezal, mandando derrubar a plantação de café já formada. Isso demonstra a importância que esse pioneiro, falecido em 1976, dava à arte. O documentário mostra também os fatos mais recentes do teatro Yuba, que faz intercâmbio com outros grupos de ballet e de teatro, com depoimentos de personalidades como Sérgio Mamberti, secretário de política cultural do Ministério da Cultura. É possível ver também o dia a dia da comunidade na agricultura.
O vídeo tem 26 minutos e contou com o apoio do Proac, e está em português e japonês com legendas. Vale a pena ser visto.
Matéria sobre o teatro e ballet Yuba – http://www.culturajaponesa.com.br
Grupo de Yosakoi Soran recebe ajuda da profa. Akiko Ohara do Teatro Yuba – http://www.japop.com.br
No dia 4 de junho será realizado o IMIN NÔ – III ENCONTRO DE NÔ GAKU – OUTONO no Tucarena – PUC/SP. Nô é uma arte cênica que integra música, dança e atuação, fundada por Zeami há 600 anos no Japão. Foi trazida pelos imigrantes japoneses para o Brasil e atualmente conta com a participação de brasileiros. Este encontro reunirá quatro escolas: Kanze, Hosho, Kongo e Kita, que apresentarão juntas, pela primeira vez no Brasil, a peça Funabenkei.
Na primeira parte – Tristeza de Shizuka – Yoshitsune e Yoritomo, os irmãos líderes do clã Genji, acabam de ganhar a guerra contra o clã Heike. Por conta de um boato mentiroso, Yoritomo acredita que seu irmão o esteja traindo. Por isso Yoshitsune foge numa viagem perigosa que o obriga a separar-se de Shizuka, sua mulher. Na segunda parte – Luta contra o fantasma – durante sua viagem marítima, Yoshitsune é atacado pelo fantasma de Taira no Tomomori, samurai da família Heike morto pelo próprio Yoshitsune. Ao final, o fantasma vencido desaparece no branco das espumas das ondas. O interlúdio é o Ai Kyogen, a história de Funabenkei em português, num texto criado especialmente para ocasião desta apresentação pelos artistas do IMIN NÔ. Funa(ne) significa barco e Benkei é um monge e subordinado de Yoshitsune que liderou a viagem pelo mar poderosamente.
Essa apresentação será um marco para a consolidação da Associação Brasileira de Nô Gaku que tem como objetivo dar continuidade à pesquisa e apresentações de peças clássicas, difundir e criar público para apreciação do Teatro Nô no Brasil.
Yasuo Yamamura entrou em contato com o Projeto ABRANGÊNCIAS após assistir o documentário “Yami no Ichinichi – O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil“.
Ele resgatou nos pertences de seu pai Tamotsu Yamamura, documentos das atividades da Shindo Renmei na cidade de Valparaíso/SP. Entre os objetos raros, o estandarte da Shindo Renmei, além de fotos e atas das reuniões.
O estandarte foi devidamente enquadrado para ser doado ao Museu da Imigração Japonesa no Brasil. O local da exposição do estandarte será definido no ato da entrega, que será às 14 horas do dia 22 de março de 2013.
O Projeto ABRANGÊNCIAS é uma iniciativa do “Imagens do Japão” que iniciou suas atividades em 1970 com o programa de nome homônimo na televisão brasileira. O objetivo é resgatar a Memória Nipo-Brasileira e nesta primeira fase, recuperar a difícil situação dos japoneses nos anos 40.
O escritório do Museu da Imigração Japonesa no Brasil fica no 3ºandar do prédio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo, Rua São Joaquim, 381 – Liberdade – Tel.: 11 3208-1755 – contato@projetoabrangencias.com.br