ago 072023
 

No 2º Desfile de Quimonos de Lins, haverá a exibição inédita de dezenas de quimonos confeccionados com técnicas tradicionais japonesas. É uma rara oportunidade para conhecer a qualidade e a variedade dos quimonos.

A realização é da Associação Beneficente Cultural e Esportiva de Lins ( ABCEL) e da Prefeitura Municipal de Lins, com apoio da Milena Garavelo
Data: 11/08/2023 – às 19h30, na sede da ABCEL, que fica na Av. Duque de Caxias, 646 – Centro, cidade de Lins – SP. Tel. (14) 3522-3855

O evento contará com a participação de representantes da Orquestra Sinfônica Jovem de Lins, e haverá comidas típicas japonesas.

Entrada gratuita, mas a ABCEL agradece se puder doar um quilo de alimento não perecível para atividades beneficentes.

 

out 042022
 

Série de mangá publicada originalmente em 1972 na revista semanal “Margaret”, desenhada por Riyoko Ikeda. Conta a trágica biografia da rainha Maria Antonieta e eventos que culminaram na Revolução Francesa sob a ótica de Oscar de Jarjayes, comandante da Guarda Real de Versalhes.
A protagonista Oscar, apesar do nome, é uma mulher que foi criada como menino por seu pai, um militar aristocrata, para poder herdar os privilégios e títulos de nobreza de sua família.

Misturando história, drama, ação, tramas complexas e romance, o mangá tornou-se um grande sucesso entre meninas de 8 a 15 anos (público alvo da “Margaret”) e também entre adultos.

A Rosa de Versalhes’ é o mangá feminino de maior vendagem do país em todos os tempos”

O comovente final trágico do mangá marcou toda uma geração. Apesar do encerramento da série em 1973, o público continuou a cultuar a história. Em 1974 o Teatro Takarazuka adaptou “A Rosa de
Versalhes” em musical. O sucesso foi tão grande, que filas de 2 semanas de espera se formaram só para a reserva de ingressos e a imprensa cobriu o fenômeno inédito.

Fila histórica para assistir a montagem do musical A Rosa de Versalhes no Teatro Takarazuka

Até hoje “A Rosa de Versalhes” já foi vista por mais de 5 milhões de espectadores e é a peça de maior
sucesso em 109 anos de existência do Teatro Takarazuka.

“Lady Oscar” alcança grande sucesso no exterior

O animê de “A Rosa de Versalhes” ganhou o título de “Lady Oscar” no exterior e alcançou muito sucesso. Na Itália, em 1982, “Lady Oscar” foi o segundo programa de maior audiência da TV do ano (atrás somente da Copa do Mundo de Futebol, título conquistado pela Itália), causou uma febre inédita no país e virou uma série cult.

O sucesso abriu caminho para a grande popularidade dos animês japoneses na Europa até hoje. Discos, álbum de figurinhas, fantasias, brinquedos e até o encarte dominical infantil do jornal “Corriere della Sera”, tudo era feito com o tema “Lady Oscar”.

Popularidade reconhecida no Japão

A popularidade da “Rosa de Versalhes” no Japão é tão grande que se tornou uma referência de cultura popular, estampando produtos diversos e foi homenageada pelos Correios com duas séries de selos. Primeiro mangá elevado à categoria de obra literária, é também o mais influente romance escrito e desenhado no Japão no século 20.

“A Rosa de Versalhes” gerou um enorme interesse pelo rococó e pela cultura setecentista francesa no Japão, que é o país que mais realiza exposições sobre esse tema fora da França.

Sem preconceito contra o rococó, influenciadas pela estética do mangá, desafiando o fast fashion e críticas da “patrulha do bom gosto”, adolescentes do início do século 21 fizeram uma Revolução estética às avessas.

No Japão uma grande exposição no Roppongi Hills em Tóquio, e diversos produtos serão lançados em comemoração dos 50 Anos da “Rosa de Versalhes” neste ano. A importância dessa efeméride é que nunca um mangá foi tão celebrado, principalmente em se tratando de um mangá feminino e antigo para os padrões editoriais atuais. Isso consagra “A Rosa de Versalhes” como o grande clássico do mangá moderno por sua duradoura e ampla influência.

No Brasil

O mangá chegou ao Brasil na versão original em japonês, através das livrarias japonesas nos anos de 1972 e 1973. Oito episódios da série em animê e o longa-metragem foram dublados e lançados no mercado de vídeo em 1994 pela Flashstar/ Europa Carat Home Video.
Em 2012, foi realizado um evento comemorativo dos 40 anos da “Rosa de Versalhes” na Associação Mie Kenjinkai em São Paulo pela Abrademi.
Em 2018, o mangá foi traduzido e publicado pela editora JBC com o título de ”Rosa de Versalhes” em cinco volumes de 368 a 408 páginas.

Programação: 50 anos da Rosa de Versalhes

Exposição de Painéis e Objetos: “A Rosa de Versalhes” e sua influência na moda, no comportamento e na cultura contemporânea – De 15 a 23 de outubro de 2022 no 8º andar.

Palestra: “Berubara Boom”– O fenômeno da Rosa de Versalhes”. Palestra de Cristiane A. Sato – Dias 15/10 (sábado) e 19/10 (quarta) às 15 horas no 8º andar.

Desfile de Moda Lolita: Desfile de jovens seguidoras de moda alternativa japonesa gothic & lolita – Dia 23/10 (domingo) às 15 horas no 9º andar.

Exibição de Vídeo: Dias 15, 16, 19, 22 e 23/10 das 14 às 17 horas no 8º andar

 

Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil

O evento será realizado dentro do Museu, que recebeu ampla reforma recentemente. Para participar do evento será necessário pagar o ingresso do Museu, exceto na quarta-feira, quando a entrada é franca.

Local: Rua São Joaquim, 381 – 7º, 8º e 9º andares – Exposição Permanente – Bairro Liberdade – São Paulo

Horário de funcionamento:

Exposição: de terça-feira a domingo, das 13h às 17h * Última entrada até as 16:00

Entrada Gratuita: todas as quartas-feiras

Contribuição adulto: R$ 16,00
Estudantes com carteirinha: R$ 8,00
Crianças de 5 a 11 anos: R$ 8,00
Idosos acima de 60 anos: R$ 8,00 (Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso)

Promoção: ABRADEMI e Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil

Participação: Editora JBC

Apoio: Fundação Japão em São Paulo

Mais sobre “A Rosa de Versalhes”: https://www.culturajaponesa.com.br/index.php/revivendo-50-anos-depois-rosa-de-versalhes/

https://www.culturajaponesa.com.br/index.php/correios-do-japao-celebram-10-anos-de-selos-de-animes/

https://www.abrademi.com/index.php/meeting-comemorativo-lady-oscar-40-anos/

set 022021
 

Palestra gratuita on-line aborda o Culto ao Barroco Romântico no Japão.

Rococó, a estética profusamente ornamentada do século 18, uma característica da aristocracia do Antigo Regime, classificada como “decadente” e “kitsch” no Ocidente, no Japão contemporâneo é sinônimo do auge das belas artes e do romantismo ocidental. Cultuado como estilo pop art, o Rococó foi reinterpretado no Japão e passou a fazer parte da cultura e da moda contemporânea.

Fenômenos como a moda “Lolita”, “maid” cafés, a popularidade da alta confeitaria francesa e de peças teatrais ambientadas na Europa setecentista são atualmente um forte chamariz para turistas no Japão.

Mas por que o Rococó Revival moderno ocorreu justo onde era mais improvável? Para entender esse influente fenômeno do Japão contemporâneo, assista esta palestra que mostrará como história, mangás, filmes, negócios e sonhos convergiram num movimento único.

A palestrante Cristiane A. Sato, formada em Direito pela USP, autora do livro JAPOP – O Poder da Cultura Pop Japonesa é palestrante em universidades, entidades, embaixada e consulado geral do Japão, foi bolsista da JICA em 2016, na Universidade de Kanazawa, onde pesquisou sobre estética e moda japonesa. Desde 2017, ministra cursos de História do Japão.

O Culto ao Barroco Romântico no Japão
Dia 11 de setembro de 2021 - das 9 às 10h30 (horário do Brasil)
Inscrições abertas pelo Sympla e a transmissão será pelo Zoom.
Promoção Abrademi e Associação Cultural Mie
jul 162021
 

Publicado pela primeira vez em capítulos semanais na revista “Margaret” de abril de 1972 a dezembro de 1973, o mangá “A Rosa de Versalhes” se tornou um imediato sucesso ao contar a história trágica da Rainha da França, Maria Antonieta, e da Revolução Francesa. O próprio mangá se tornou um marco ao revolucionar o chamado mangá feminino, antes visto com desdém pelo mercado editorial uma vez que até então os quadrinhos para meninas de 8 a 15 anos não passavam de melodramas superficiais e altamente fantasiosos.

Apesar de romancear a história com referências ao glamoroso Palácio de Versalhes e à vida de luxo da corte, o mangá também mostrou temas que hoje seriam muito politicamente incorretos para crianças, como a vida de crimes, pobreza e revolta nas favelas de Paris e a prática de corrupção, pedofilia e vícios diversos de membros da aristocracia e da igreja. Maria Antonieta é mostrada como a primeira grande vítima de fake news da história, humanizada por sua ingenuidade e redimida por seu amor incondicional aos filhos. Axel von Fersen, aristocrata sueco que foi amante da Rainha, é mostrado como a personificação da devoção e do cavalheirismo.

Os fatos históricos que culminaram na Revolução Francesa são contados no mangá sob a ótica de Oscar, filha caçula de uma tradicional família de militares criada pelo pai como homem para poder herdar os privilégios da família e de André, seu criado e amigo mais terno e leal. Ao longo da série o relacionamento entre Oscar e André evolui da amizade fraternal na infância ao amor adulto proibido pela diferença de classes sociais. Às vésperas da Revolução o ato supremo de rebeldia de Oscar e André foi assumir o amor que tiveram por toda a vida e lutar pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Por serem Maria Antonieta e Fersen personagens históricos todos já sabiam qual era o final deles, mas sendo Oscar e André personagens fictícios o destino deles era uma incógnita e o desenrolar dessa história prendia os fãs. Assim, foi um grande choque coletivo quando Oscar morreu lutando por seus ideais comandando a Queda da Bastilha e André morreu heroicamente tentando salvá-la, o que desencadeou uma crise real quando milhares de fãs manifestaram surtos de choro e sintomas de luto sincero – tudo causado por um mangá!   

Desde então “A Rosa de Versalhes” virou um cult. A história ganhou versões em teatro, TV, cinema, se espalhou pelo mundo e popularizou o estilo rococó e o setecentismo como o auge das artes do Ocidente no Japão, Taiwan e Coréia do Sul. Na Europa a série em animê foi um grande sucesso, especialmente na Itália onde gerações de senhoras ainda se lembram do impacto de “Lady Oscar”: apesar de ser um desenho animado, muitas mães assistiram a série com os filhos pois a história também cativou um público adulto. Assim como no Japão, na Itália a comoção geral e as lágrimas se repetiram: em tempos sem Internet a TV reinava absoluta e todos viam os mesmos programas ao mesmo tempo.

Para entender mais sobre o tema:

“O Culto ao Barroco Romântico no Japão”. Palestra on-line ministrada e gravada no dia 11 de setembro de 2021, às 9 horas. Palestra com a profa. Cristiane A. Sato. Promoção da Abrademi e da Associação Cultural Mie Kenjin do Brasil. Assista a gravação no Youtube (acima).

Caso queira, há a versão falada em inglês da mesma palestra: English Version “Japan’s Romantic Baroque Culture”

 

out 162017
 

Fato histórico: Cristiane A. Sato, da Associação de J-Fashion, ladeada pelos organizadores do evento, apresenta o Manifesto pró-Cultura Kawaii, no V Meeting Nacional Secret Garden, na Mansão Hasbaya, em São Paulo, no dia 14 de outubro de 2017.

“A beleza está nos olhos de quem vê. Abençoadas são as pessoas que apreciam a inocência, que protegem a infância e que praticam a ingenuidade e a lealdade no mundo de hoje. Paz é o privilégio das pessoas de boa vontade.

Poluição, violência, crime, corrupção, terrorismo, guerra, preconceito, xenofobia, sofrimento e solidão. É esse o mundo que queremos?

Por um mundo mais gentil, mais compreensivo, solidário e próspero, onde as pessoas possam se dar ao luxo supremo de recuperar parte da infância na vida adulta, queremos assimilar a Cultura Kawaii originada no Japão e difundi-la como instrumento de paz global. Sendo uma manifestação cultural única, livre de doutrinação política ou religiosa e que independe de um idioma para estabelecer comunicação, a Cultura Kawaii se mostra como o instrumento certo para unir povos e gerações diferentes mundo afora.

Manifestamo-nos em prol da Cultura Kawaii sabendo que é a primeira vez no mundo que isso ocorre. Aqui é o Brasil, o lugar mais distante do Japão no mundo. Mas é aqui, na “terra do tudo junto e misturado” que há espaço para assimilação e convívio. Aqui corações separados por oceanos, fronteiras e culturas se unem para gerar algo novo em conjunto.

Nós reconhecemos que a Cultura Kawaii é parte da Cultura Japonesa, que está integrada no cotidiano japonês, e que ela é parte da identidade japonesa há séculos. Nós vemos beleza nos netsuke, nas mulheres que vestem quimonos com desenhos de pintinhos e coelhos, nos doces wagashi e nas estátuas de jizõu e inari espalhadas por estradas e ruas.

Nós nos inspiramos no trabalho de artistas como Yumeji Takehisa, Junichi Nakahara, Riyoko Ikeda, Yumiko Igarashi, Macoto Takahashi e Eico Hanamura.

Nós entendemos que o sofrimento fez parte de fenômenos da Cultura Kawaii, e a importância dos efeitos terapêuticos do kawaii.

Só compreendemos a importância da Cultura Kawaii ao lembrar da dor que o confisco das bonecas Kewpie doll para fabricação de pólvora causou nas crianças durante a 2ª Guerra Mundial, e como a volta das bonecas após a guerra trouxe alento aos jovens sobreviventes durante a difícil reconstrução do Japão.

Ao saber que as 222 meninas-enfermeiras Himeyuri mantinham como tesouros em estojos escolares fotos de família e ilustrações da revista Shõjo no Tomo, pouco antes de se suicidarem durante a guerra.

Ao lembrar que uma criança em tratamento de câncer comoveu uma geração ao contar que a boneca Hello Kitty foi sua melhor amiga no hospital por ter ficado dias e noites ao seu lado.

Ao constatar que sobreviventes do Terremoto com Tsunami de 2011 e pacientes de doenças neurológicas respondem positivamente ao tratamento com o robô filhote de foca Paro.

Sim, acreditamos que a Cultura Kawaii é expressão de arte, estética, comunicação, e de cura da alma.

A Cultura Kawaii NÃO é fetiche ou apologia à pedofilia. Criminosos vêem malícia em tudo e todos. Denegrir ou proibir a Cultura Kawaii é censurar a arte e um ato de preconceito. Reduzir o espaço da infância penaliza social e culturalmente as pessoas boas que deviam ser livres. Somente o fim da impunidade e o afastamento dos criminosos da sociedade permitirá a todos liberdade de expressão e a queda de preconceitos.

Por essas razões, e para que o trabalho idealizado por Takamasa Sakurai não seja esquecido, lançamos o MANIFESTO PRÓ CULTURA KAWAII.

Aprenderemos, cultivaremos, divulgaremos e defenderemos a Cultura Kawaii. Toda beleza verdadeira começa na gentileza, na compreensão, na solidariedade e na inocência. Toda paz tem essa beleza.

Kawaii Forever!”

São Paulo, Brasil, em 14 de Outubro de 2017.

Assinaram inicialmente o manifesto:

Bianca Rocha – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Érika Barbosa – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Layla Carvalho – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Lea Dias – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Willian Souza – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Cristiane A. Sato – presidente, Associação Brasileira de J-Fashion

Francisco Noriyuki Sato – presidente, ABRADEMI Assoc. Bras. de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, e editor do site www.culturajaponesa.com.br e professor de História do Japão

Dra. Makiko Matsuda – professora de Cultura Japonesa da Universidade de Kanazawa e professora visitante da Universidade de São Paulo – USP

Prof. Yoshikazu Shiraishi – professor no Tokyo Edo Culture Center e professor visitante da Universidade de São Paulo

Dra. Patrícia M. Borges – professora, Pontifícia Universidade Católica PUC-SP e Universidade de Osasco

Manifesto em inglês.   Manifesto em japonês.