nov 072014
 

japan cosplay local_3109Aconteceu na cidade de Komatsu, província de Ishikawa. O Museu de Carros Antigos de Komatsu, que é um grande museu, fez parceria com a Japan Cosplay Committee (http://www.jpcc.jp/), para fazer eventos periódicos e dar a Komatsu, conhecida como a “cidade dos veículos”, uma nova cara, reconhecida pelos jovens e estrangeiros.

O primeiro evento aconteceu em junho de 2014 e nessa primeira etapa, 100 cosplayers vieram de várias partes do país. O segundo aconteceu no dia 3 de novembro, contando com o apoio do jornal Hokkoku Shimbun. Na ocasião, os cosplayers posaram ao lado e dentro de carros clássicos e históricos para o público presente.

japan cosplay 02O Museu de Komatsu tem um acervo de 500 carros nacionais e importados, compreendendo um período longo que vai do início da Era Meiji até hoje, e fica numa grande construção de tijolo aparente, ao que uma das cosplayers do evento comentou “a construção é oshare e é kawaii”, e completou: “é um belo local para conhecer os carros e sua história”.japan cosplay lupin_0234x

 
Obs.
1 – A cidade de Komatsu é conhecida como “cidade dos veículos” porque possui um aeroporto internacional; uma base aérea da defesa, um museu do trem, um museu do carro, uma fábrica de ônibus, uma área para canoagem com equipe olímpica própria, o museu e a fábrica da Komatsu, fabricante de tratores e veículos pesados, e muito incentivo para o uso da bicicleta. A cidade de Komatsu tem site em inglês. Visite-o.
 
2 – O Japan Cosplay Commitee (http://www.jpcc.jp/) é uma entidade oficial de utilidade pública reconhecida pelo governo japonês e realiza várias atividades sociais no Japão. Visite o site e veja mais fotos de eventos.
 
3 – A publicação das fotos foi autorizada pela Japan Cosplay Commitee exclusivamente para o site culturajaponesa.com.br
nov 052014
 
Monumento aos 26 mártires em Nagasaki. Foto de Alex Twose

Monumento aos 26 mártires em Nagasaki. Foto de Alex Twose

Poucos sabem que a Igreja Católica tem 26 santos japoneses. E pouquíssimos sabem quem foram eles. Para resgatar uma parte da história e homenagear essas pessoas, todas elas mártires, ou seja, eles perderam a vida por não desistirem da sua fé, levantamos essas informações especialmente para este site.

A história resumida

O missionário espanhol Francisco Xavier chegou ao Japão em 15 de agosto de 1549 e começou a difundir o cristianismo no país. O xógum Toyotomi Hideyoshi, general de guerra e quem mandava no país de fato, ficou sabendo que Filipinas havia se tornado propriedade da Espanha depois que sua população foi catequizada. Em Outubro de 1596, o navio espanhol San Felipe naufragou em Urado, Japão. O navio, carregado de ouro e missionários franciscanos, estaria indo das Filipinas para o México e foi atingido por três furacões.
O daimyô de Urado imediatamente mandou resgatar os passageiros e as mercadorias e não quis devolver o ouro para os náufragos, porque o navio não autorizado encalhou em suas terras e pelas leis em vigor, a carga pertenceria a ele. Mandou ir reclamar para Toyotomi Hideyoshi. Diante de Hideyoshi, ninguém consegue explicar o porquê do transporte de tanto ouro. O capitão do San Felipe acaba afirmando que é uma tática dos espanhóis financiar os inimigos dos governantes para conquistar o país. Ele fez a primeira “delação premiada” do Japão, tanto é que o nome dele não aparece entre os condenados à seguir.
É ordenada a prisão de todos os missionários espanhóis que estavam no navio e a posterior execução, mas resolveu proibir, primeiro, a vinda de novos missionários. E, em 5 de fevereiro de 1597, os 26 religiosos foram executados em Nagasaki, após serem capturados em Kyoto. Caminharam a pé até Nagasaki e foram crucificados. A população de Nagasaki, de 4 mil pessoas à época, assistiu comovida à execução e o missionário português Luiz Froes escreveu e transmitiu o fato que se propagou pelo mundo. Conheça agora os mártires, e observe que 20 eram japoneses e 6 não:

Quem foram os 26 mártires

1 – Francisco Kishi – Natural de Kyoto, era carpinteiro e havia sido batizado há oito meses. Não havia nada contra ele, mas resolveu acompanhar o grupo de mártires.

2 – Cosme Takeya – Natural de Owari (hoje Aichi), era artesão de espadas. Ele foi batizado por jesuitas e trabalhou na catequização com os franciscanos de Osaka. Tinha 38 anos.

3 – Pedro Sukejiro – Jovem de Kyoto, atendendo ao pedido do padre Organtino, foi ajudar os mártires em seu caminho para Nagasaki, e decidiu ser executado junto com eles.

4 – Miguel Kozaki – Natural de Ise (hoje Mie), era carpinteiro e ajudou a construir conventos franciscanos de Kyoto e Osaka. Era pai de Thomas, morto com ele.

5 – Diego Kisai – Natural de Bizen (Okayama), ingressou oficialmente na Jesus Kai (Companhia de Jesus) no dia do seu martírio. Quando foi atingido pela lança da execução, ele teria dito os nomes de Jesus e Maria. Tinha 64 anos. Obs. Em japonês está escrito “Diego”, mas na tradução para o inglês, esse nome aparece como Jacob ou como James. Como os jesuitas eram portugueses ou espanhóis, “Diego” está correto.

6 – Paulo Miki  – Natural de Tsukunomi, Osaka, foi educado em escola de jesuitas de Azuchi (onde fez parte da primeira turma de seminaristas) e de Takatsuki. Ingressou em 1585 na Jesus Kai. Tinha 33 anos.

7 – Paulo Ibaraki – Natural de Owari (Aichi), pertencia a uma família de samurais. Junto com seu irmão Leon Karasumaru, ajudava os pobres e os doentes. Abandonou os privilégios da família e foi ser padre na Francisco Kai (Ordem Franciscana). Tinha 54 anos.

8 – João Goto – Natural das Ilhas Goto (Nagasaki), tinha pais cristãos. Havia estudado em Nagasaki e Shiki (Kumamoto) e era padre. Ingressou na Companhia de Jesus momentos antes de sua morte. Tinha 19 anos.

9 – Luis Ibaraki – Natural de Owari (Aichi), era sobrinho de Paulo Ibaraki e de Leon Karasumaru. Estava em treinamento na Ordem Franciscana para ser padre, e embora não estivesse na lista dos perseguidos, ele próprio pediu para ser levado à morte junto com os demais religiosos. Tinha apenas 12 anos. Obs. Aparece também com o nome de Ludovico (do latim Ludovicus).

10 – Antonio (sobrenome ignorado) – Natural de Nagasaki, de pai chinês e mãe japonesa. Se preparava para ser padre na Jesus Kai quando foi levado para Francisco Kai de Kyoto pelo frei Martino, para estudar junto com outras crianças. Tinha 13 anos.

11 – Pedro Batista – Natural de Sant Esteban del Valle, na Espanha era o Superior da Ordem Franciscana (Francisco Kai). Chegou ao Japão em 1593 como embaixador das Filipinas (ocupadas pela Espanha). Construiu uma igreja e um hospital. Tinha 50 anos.

12 – Martino de la Ascenção – Natural de Guipuzcoa, Espanha. Fazia pouco tempo que Martino estava no Japão. Ele estudava o idioma enquanto trabalhava. Era missionário em Osaka quando foi capturado. Tinha 30 anos.

13 – Filipo de Jesus – Natural do México, era da Ordem Franciscana e seguia a vocação religiosa em seu país. Estava de passagem pelo Japão quando foi capturado. Consta que foi o primeiro a perder a vida dentre os executados. Tinha 24 anos.

14 – Gonzalo Garcia – Português natural de Vasai na Índia. O pai era português e a mãe indiana. Comerciante e catequista em Macau (possessão portuguesa na Índia), foi braço direito de Pedro Batista. Tinha 40 anos.

15 – Francisco Blanco – Natural de Monterrey, Galícia, Espanha. Era franciscano e veio ao Japão com Martino de la Ascenção. Aprendeu japonês em Kyoto e em poucos meses conseguiu ouvir confissões em japonês. Tinha 26 anos.

16 – Francisco de São Miguel – Natural de Valladoid, Espanha, era da Francisco Kai onde ingressou jovem. Chegou ao Japão com Batista, e foi amigo dos pobres e doentes. Tinha 53 anos.

17 – Matias (sobrenome ignorado) – Natural de Kyoto, a casa da sua família ficava perto do convento dos franciscanos.  A perseguição aos cristãos começou logo depois que ele foi batizado e ele não estava entre os procurados, mas quando os soldados foram buscar um outro Matias, ele disse: “Eu sou Matias e sou cristão”, para ser preso no lugar do outro.

18 – Leon Karasumaru – Natural de Owari (Aichi), irmão de Paulo Ibaraki, era missionário da Francisco Kai e atuava na igreja e no hospital de Kyoto, onde era chamado de “missionário de Deus”. Tinha 48 anos.

19 – Bonaventura – Natural de Kyoto. Batizado quando criança, ele logo perdeu a mãe e foi enviado a um mosteiro budista. Um dia, ele soube que tinha sido batizado cristão e foi ao Francisco Kai onde estudou religião.

20 – Tomas Kozaki – Nasceu eu Ise. Filho de Miguel Kozaki, auxiliava o padre Martino e aguardava o momento de se tornar missionário. Reencontrou o pai em Kyoto. Deixou uma carta para sua mãe que dizia: “Querida mãe. Agora eu estou escrevendo esta carta com a graça de Deus. Nós todos somos em 24 pessoas e estamos indo para Nagasaki, onde seremos executados. Nos reencontraremos no céu um dia. Mesmo que não haja um padre, se praticou algum delito, se houver um profundo arrependimento, será salva. Eu espero que você cuide dos meus irmãos, e mande lembranças aos meus conhecidos” Dia 19 de janeiro, Castelo de Mihara. Tinha 14 anos.

21 – Joaquim Sakakibara – Natural de Osaka, era estudante de medicina. Se identificou com a pregação dos missionários e foi batizado. Ajudou a construir uma igreja em Osaka e trabalhou para os pobres e doentes. Tinha 40 anos.

22 – Francisco – Natural de Kyoto, era médico e trabalhou com o senhor feudal Sorin Otomo, de quem ganhou um rosário, que ele guardou com muito carinho. Ele foi batizado em Kyoto, participava da Francisco Kai. e ajudava no hospital Jesus. Tinha 46 anos.

23 – Tomas Dangi – Natural de Ise, tinha uma farmácia em Osaka. Foi Leon Karasumaru que o levou ao catolicismo e fez parte da primeira turma de missionários da Francisco Kai. Diziam que ele tinha um grande senso de justiça. Tinha 36 anos.

24 – João Kinuya – Natural de Kyoto, era especialista em tecidos. Foi o irmão cristão que levou João a entender o cristianismo. Teve muito contato com os missionários estrangeiros, se interessou e foi batizado. Tinha 28 anos.

25 – Gabriel – Natural de Ise, foi convertido pelo padre Gonzalo e participava da Francisco Kai, onde passou a ajudar no trabalho junto aos missionários. Ao ver a sua dedicação, seus pais também se converteram cristãos. Tinha 19 anos.

26 – Paulo Suzuki – Natural de Owari, foi batizado aos 13 anos e participava da Francisco Kai e ajudava no hospital São João de Kyoto. Como atuava como intérprete, os missionários estrangeiros o ajudaram a se tornar um missionário. Tinha 49 anos.

Todas essas 26 pessoas foram crucificadas como Cristo e depois alvejadas por flechas. O xógun Hideyoshi queria, com isso, mostrar à população o que acontece com as pessoas que desobedecem às suas ordens e eliminar a possibilidade dos espanhóis virem a tomar o poder no país.

Em 1637, durante o período Edo, começou a revolta dos camponeses, na maioria cristãos, em Nagasaki, e o líder era um garoto católico “predestinado”. Tudo isso levou o cristianismo a ser totalmente proibido no Japão. Entretanto, quando uma missão européia visita o Japão, em 1865, encontra um grupo de “kakure Kuristan”, ou cristãos escondidos. A religião ficou escondida por 250 anos, mas continuou sendo praticada. Mas esses são assuntos para as próximas matérias!

Francisco Noriyuki Sato, jornalista, que viajou através da bolsa da JICA, Japan International Cooperation Agency

Fontes:
Museu dos 26 Mártires, Nagasaki
Nagasaki Heritage Guide Map 8
Rojoo no Hito “Pessoas da Rua”- Takashi Nagai

Próxima matéria: A verdade sobre Kakure Kuristan, os cristãos ocultos do Japão

 

 

out 282014
 

“Ohana Matsumae é uma estudante colegial comum de 16 anos que mora em Tóquio. A vida dela muda quando a sua mãe some com o namorado para fugir das dívidas. Ela precisa se mudar para Yunosagi, perto de Kanazawa, para morar com a avó e trabalhar numa pousada”. Esse é o enredo de “Hanasaku Iroha”, um mangá de P.A.Works e Eito Chida,  publicado pela revista Gagan Joker, de dezembro de 2010 a outubro de 2012. O sucesso o transformou numa série de animê com 26 capítulos, em 2011, com direção de Masahiro Ando, e um longa para cinema foi lançado em 2013. Veja o trailer com a música-tema da série de TV:

hanasaku irohahanasaku festivalA cidade de Yunosagi é fictícia, mas foi espelhada em Yuwaku, cidade vizinha de Kanazawa, na província de Ishikawa, onde existem várias pousadas de banho, como a da protagonista. No mangá aparece um festival chamado “Yunosagi Bonbori Matsuri”, que celebra a data em que o Deus protetor de uma criança volta para a sua nuvem (Izumo) e são escritos pedidos em lanternas de papel para indicar-lhe o caminho (Bonbori significa lanternas). Esse festival não existia, mas depois do sucesso da série, foi criado pela cidade de Yuwaku, e recebeu o nome de”Yuwaku Bonbori Festival”.  No ano de sua criação, em 2011, nove hotéis-pousadas da cidade estavam completamente lotadas de fãs do animê, até acontecer o tsunami de 2011, quando registraram-se muitos cancelamentos, embora a cidade estivesse bem distante da tragédia. Apesar disso, o festival continuou e, neste ano, no dia 11 de outubro de 2014, foi realizado o quarto Yuwaku Bonbori Festival, que alcançou sucesso total.

hanasaku iroha bonbori

O festival bonbori saiu do mangá e agora é realidade

Kanazawa será tema de outro mangá nos próximos meses. O mesmo autor de “Tokyo Shutter Girl”, Kenichi Kiriki, está trabalhando num novo mangá chamado “Kanazawa Shutter Girl”. O autor afirma que pretende seguir o modelo do mangá anterior, que foi transformado em filme live-action para cinema. Na história, estudantes de um colégio feminino de Tóquio, que fazem parte do grupo de fotografia, saem às ruas carregando antigas câmeras com filmes para fotografar e falar com as pessoas.

Para iniciar o trabalho, Kiriki esteve em Kanazawa, com o diretor de fotografia Motoyuki Kobayashi e algumas modelos vestidas como colegiais, e fotografou vários locais históricos da cidade para escolher as cenas. Veja o trailer do filme live-action “Tokyo Shutter Girl”. São três diretores e cada um dirigiu um trecho. Esse trecho é o de Makoto Tezuka, filho do Deus do Mangá.

out 272014
 
Halloween de Tóquio. Foto de Sarah Haynes

Halloween de Tóquio. Foto de Sarah Haynes

Uma festa infantil e ocidental ganhou proporções gigantescas no Japão. Em todas as cidades japonesas é possível ver referências da festa do Halloween, que são lojas anunciando promoção ou de cafeterias e espaços que promovem pequenas festas ou da Tokyo Disneyland. Na cidade de Tóquio é diferente. Há menos de 10 anos, a festa começou a ser realizada no meio da rua, em vários pontos da cidade. Este ano, o evento começou no dia 25 de outubro, às10h30, no Roppongi Hills (um shopping gigante), foi para as ruas e foi a notícia da semana em quase todas as mídias. Embora muitos tenham optado por roupas mais óbvias c0mo de zumbis, houve até o “tema do ano de 2014” para a festa, que foi “cinema”. Assim, fantasias tradicionais como de Batman e Homem Aranha saíram do armário, mas as preferidas foram os personagens de animê e games.

Australianos e americanos entrevistados pela TV japonesa disseram que a festa em Tóquio era a oportunidade para adultos se vestirem como seus personagens preferidos e no meio da rua. Apresentadores da TV comentaram que é provável que tantos turistas venham a Tóquio para o Halloween porque podem se vestir como quiserem sem serem importunados. Todos dizem que na festa japonesa, as fantasias podem ser assutadoras, mas predomina o lado “kawaii” das pessoas.

halloween tokyoA Fuji TV promoveu o evento denominado “T-SPOOK~Tokyo HALLOWEEN PARTY~” em seu grande pátio, onde se apresentaram as estrelas do momento, como Kyary Pamyu Pamyu e Momoiro Clover Z. O evento, realizado nos dias 25 e 26 de outubro, contou com concurso, produtos e desfile cosplay. Outro desfile de rua movimentado acontece na vizinha Kawasaki, onde a festa começou dia 26 e vai até o dia 30. A festa no bairro de Kichioji acontece nos dias 29 e 30, também com desfile. No Shopping Center de Tamagawa, o desfile infantil acontece nos dias 25 a 31. Há também outras festas, muitas delas em clubes noturnos.

Pikachu tendo que se explicar à polícia...

Pikachu tendo que se explicar à polícia…

Tóquio comemora mais um ano de sucesso desse grande evento temático. Os comerciantes e os hoteleiros também. O evento traz japoneses de todo o Japão e também estrangeiros e o volume de negócios é impressionante. Como o Natal não é uma festa tradicional, o Valentine Day (Dia dos Namorados) em fevereiro era a principal data para o comércio local, que movimenta cerca de 1,08 bilhão de dólares. O Halloween deste ano superou essa marca e atingiu 1,1 bilhão de dólares.

Veja fotos do Halloween de Tóquio (2013): tokyofashion.com

out 232014
 
Foto de Marine Perez/Miss Million

Foto de Marine Perez/Miss Million

No mês de outubro, a Times Higher Education, da Inglaterra, revelou os dados do décimo quinto levantamento anual (2014-2015) das universidades a nível mundial. A Universidade de Tóquio é a número 1 da Ásia e se mantém em 23º lugar no mundo.

Como no ano anterior, cinco universidades japonesas estão no ranking das 200 melhores, entretanto, com exceção da Universidade de Tokyo, as demais registraram queda em suas colocações.

O jornal The Japan Times comenta que é quase certo que a iniciativa do Primeiro Ministro Shinzo Abe de levar 10 universidades japonesas à lista dos 100 melhores até 2020 não seja atingida. Além da supremacia das universidades americanas e européias que permanecem no topo, as escolas da China, Coréia do Sul e Hong Kong estão avançando rapidamente.

As escolas japonesas têm contratado professores do exterior, para melhorar a qualidade do ensino, porém, esbarram na questão do custo. Professores americanos de primeira linha ganham em média 270 mil dólares por ano, e eles preferem trabalhar num ambiente onde estejam outros professores estrangeiros do mesmo nível, para poder compartilhar pesquisas usando os dados mais recentes. Há também diferenças culturais quanto à hierarquia no Japão e a adaptação das famílias no País distante e onde poucos realmente falam inglês.

O governo japonês está preocupado com o nível de suas universidades. Nós também.

A melhor universidade brasileira é a Universidade de São Paulo, que tem 5.900 professores, 86 mil alunos, mais de 15.200 funcionários e forma cerca de 2.300 doutores por ano, produzindo em torno de 22% de tudo o que se produz na área acadêmica no Brasil. A USP é a melhor no Brasil, mas é a 215ª do mundo, ficando atrás de cinco universidades do Japão. Mesmo dentre os países do BRICS e países emergentes, a USP está em 11º lugar. A segunda colocada no Brasil é a Unicamp, que é a 338ª do mundo e a terceira, que era a Universidade Federal do Rio de Janeiro em levantamentos anteriores, está fora da lista, porque não está entre as 400.

Obs. Na listagem internacional, a classificação não especifica a colocação das universidades que não ficaram entre as 200 melhores, deixando a USP no bloco das 201 a 225, porém, pela ordem geral, a USP deverá estar na 215ª colocação. A Unicamp está no bloco das 301 a 350, e fazendo a contagem na ordem geral, está em 338º lugar.

Confira você mesmo e saiba a metodologia empregada: Times Higher Education