out 132014
 

karacon

Uma pesquisa informal realizada pelo programa “Asa-Chan”, da rede de TV TBS de Tóquio, perguntou às adolescentes na rua: “O que você considera mais importante para a sua vida?”

Algumas disseram que é o seu cachorro, mostrando a foto no smartphone. Outras mostraram algum objeto que ganharam do pai ou algum parente. Mas a maioria das moças respondeu “kara-con”. Seguindo a mania dos japoneses de encurtar os nomes das coisas, “kara-con” significa “colour contact lens”. No caso, essas lentes nem sempre são usadas para mudar a cor dos olhos, mas sim, para aumentar a área escura da íris. Dizem que é para ficar “kawaii” como as personagens de mangá.

Foto: Lola Photography

Foto: Lola Photography

A maioria usa as lentes todos os dias e dizem que não conseguem sair de casa sem elas. Podem deixar de se maquiar, mas jamais deixam de colocar as lentes. Elas se sentem envergonhadas em mostrar os olhos sem as tais lentes. Com certeza, o comércio ganha bastante com essa moda. Há destaque nos shoppings e há até sites especializados em venda de “kara-con”. Veja um deles: Kara-con-net

“Sair de casa com os olhos nus só depois que eu estiver morta”, declarou a cantora pop  Kyary Pamyu Pamyu, de 22 anos.

out 122014
 
taiiku kurukuru papa.jpg

Foto Kurukuru Papa

Crianças de 10 anos conseguiam arremessar uma bola mais longe em 1964 do que em 2013. Essa constatação mereceu certo destaque nos noticiários japoneses, afinal, era curioso que as crianças de hoje, maiores e mais nutridas, tivessem desempenho inferior que a de seus avôs.

Anualmente, o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia realiza um levantamento nacional abrangendo todas as faixas etárias, registrando os dados biométricos e as capacidades físicas da população. Isso começou em 1964, nas Olimpíadas de Tóquio, e os últimos dados foram divulgados no dia 12 de outubro, véspera do feriado nacional do Dia do Esporte.

De forma geral, toda população japonesa teve melhora substancial quanto ao desempenho até 1985. Esse foi o pico. Depois começou a declinar até 1998 quando registrou o pior resultado. A população infanto-juvenil melhorou nos anos seguintes, mas ainda não atingiu os dados de 1985. O Ministério da Educação espera que essa população jovem melhore nos próximos seis anos, quando alguns deles estarão disputando as Olimpíadas de Tóquio de 2020.

O Ministério comparou os dados das crianças de 10 anos de idade, dos anos de 1964 (essa criança terá 60 anos de idade hoje), de 1989 (terá 35 anos de idade), e de 2013. As meninas nessa idade são mais altas do que os meninos. Em 1964, o menino media 1,33m, em 1989 1,38m, e em 2013 mede 1,39m. A menina tinha 1,33m em 1964, 1,39 em 1989 e hoje tem 1,40m.

A capacidade de correr 50 metros alcançou 9″20 (meninos de 10 anos) e 9″41 (meninas) em 1989, mas o resultado diferiu apenas 0″1 em relação a 1964 e 2013. Já no salto lateral, onde são feitas três retas paralelas na quadra para pular, o desempenho foi melhor em 2013, atingindo 42,97 e 40,69 vezes em 20 segundos, com uma diferença considerável na comparação com 1964. Isso deve-se à maior estatura das crianças de hoje.

Já no arremesso da bola, levou-se em conta o arremesso do softbol, ou seja, por baixo, e a diferença foi surpreendente. Os meninos de 1964 conseguiram arremessar em média 30,38 m, enquanto em 1989 conseguiram jogar 28,37 m, e em 2013 atingiram a pior marca da história: apenas 24,45 m.

Especialistas dizem que para o arremesso da bola, além da força física, fazem diferença a prática e a técnica, e as crianças de hoje não teriam mais tempo para brincar de arremesso e nem espaço para isso. Mais uma questão a ser levada em conta para os preparativos de uma boa participação olímpica em casa.

set 292014
 
monte ontake

Monte Ontake ©Sparkle Motion

O vulcão do Monte Ontake (御嶽山 Ontake-san) que entrou em erupção no sábado, dia 27 de setembro de 2014, é o segundo mais alto do Japão, com 3.067 metros de altura. A última grande erupção havia ocorrido em outubro de 1979. O Monte Ontake também é conhecido como Kiso Ontake, recebendo o nome da pequena cidade mais próxima, da província de Nagano. Ele está a 100 km da cidade de Nagoya, província de Aichi.

Existe uma música popular que homenageia o Monte Ontake: “Kiso Bushi”. Não se sabe quem foi o autor, mas essa música regional tornou-se conhecida graças ao trabalho do prefeito de Kiso, Sunao Ito (1876 ~ 1942). Ele percebeu a vocação turística do lugar e divulgou a música e ensinou a dança do “Kiso Bushi”, que canta a vida dos trabalhadores que transportam toras de madeira através do rio. Na primeira estrofe aparece o “nakanori san”. Três pessoas conseguiam levar uma tora pelo rio. Quem ia na frente era conhecido como “henori”. Quem ia atrás era o “tomonori”, e o do meio era o “nakanori”. Na mesma estrofe aparece o Monte Ontake (Ontake-san), citando que é frio mesmo no verão. Dá para imaginar aqueles homens sem roupas especiais, no meio da água, empurrando o tronco. Nas últimas estrofes, a música faz menção às espécies  de árvores típicas de Kiso: Sawara, Nezuko, Kouyamaki e Hinoki, cujas extrações eram proibidas durante o período Edo.

O prefeito Sunao Ito chegou a lançar uma revista chamada “Kiso no Ontake” em 1917 e aconselhou uma fábrica local a colocar o nome de “Nakanori-san” em sua bebida em 1925, tudo para tornar a cidade turística. Ito foi prefeito durante 12 anos e sua estátua pode ser vista na estação ferroviária Kiso-Fukushima.

Nos anos 50 e 60, “Kiso Bushi” foi divulgada através de novas mídias e alcançou sucesso nacional, havendo até um videoclip em desenho de animação nas vozes da dupla “The Peanuts”.

木曽節

木曽のナー 中乗りさん – Kiso no naa Nakanori-san
木曽の御岳(おんたけ)さんは ナンジャラホイ – Kiso no Ontake-san wa nanjarahoi
夏でも寒い ヨイヨイヨイ – Natsu demo samui yoiyoiyoi
合唱:ハー ヨイヨイヨイノ ヨイヨイヨイ – Coro: yoiyoiyoi no yoiyoiyoi

袷ょ(あわしょ)ナー 中乗りさん
あわしょやりたや ナンジャラホーイ
足袋もそえて ヨイヨイヨイ
合唱:ハー ヨイヨイヨイノ ヨイヨイヨイ

人はナー 中乗りさん
人は見目(みめ)より ナンジャラホーイ
ただ心 ヨイヨイヨイ
合唱:ハー ヨイヨイヨイノ ヨイヨイヨイ

心ナー 中乗りさん
心細いよ ナンジャラホーイ
木曽路の旅は ヨイヨイヨイ
合唱:ハー ヨイヨイヨイノ ヨイヨイヨイイ

笠にナー 中乗りさん
笠に木の葉が ナンジャラホーイ
舞いかかるよ ヨイヨイヨイ
合唱:ハー ヨイヨイヨイノ ヨイヨイヨイ

木曽のナー 中乗りさん
木曽の名木 ナンジャラホーイ
ヒノキにサワラ  ヨイヨイヨイ
合唱:ハー ヨイヨイヨイノ ヨイヨイヨイ

ネズコにー 中乗りさん
ネズにアスヒに ナンジャラホーイ
コウヤマキ ヨイヨイヨイ
合唱:ハー ヨイヨイヨイノ ヨイヨイヨイ

Por ser uma música folclórica, há diversas versões. A versão do vídeo abaixo foi gravada pela cantora Eri Chiemi e é interessante, porque começa bem tradicional e depois adquire um ritmo latino/cubano, muito em voga na década de 50.

set 102014
 
Publicação de 2004 relembrando os 40 anos dos Jogos de Tóquio. Foto de James Wang

Publicação de 2004 relembrando os 40 anos dos Jogos de Tóquio. Foto de James Wang

Os Jogos Olímpicos de 1964 foram uma oportunidade para apresentar o novo Japão, destruído pela guerra e reconstruído com uma velocidade inimaginável. Não foram apenas os estádios que surgiram do nada, mas toda a infraestrutura do País pareceu perfeita para os visitantes. Várias rodovias foram inauguradas, duas novas linhas de metrô começaram a funcionar em Tóquio, o aeroporto de Haneda foi modernizado para receber os turistas, e o que chamou a atenção foi o trem-bala, o primeiro Shinkansen, que ligou as estações de Tóquio e Shin-Osaka, numa distância de 515 km, em apenas 4 horas de viagem incluindo duas paradas. Até hoje, esse é o trecho mais concorrido do mundo, onde circulam 13 trens por hora, cada qual com capacidade para 1323 passageiros. Os modernos trens N700 reduziram o tempo de viagem para 2 horas e 25 minutos, mas naquela época, aquele trem da linha Tokaido foi notícia no mundo inteiro, pela velocidade e pela pontualidade.

Além de construir a estrutura física, todos os japoneses estavam conscientes da sua responsabilidade para com o êxito daquele grande evento internacional. Aquele Japão tinha renascido e não guardavam mais rancores da ferida recente. Todos procuraram fazer o melhor de si, não só para dar a melhor atenção para os turistas, mas colaborando para manter a cidade completamente limpa. Assim, num esforço coletivo, o Rio Sumida que corta a cidade, antes bastante poluído, ficou limpo e passou a ser frequentado por pescadores amadores.

Dentro do trem-bala: melhor que avião. Foto de Wally Gobetz

Dentro do trem-bala: melhor que avião. Foto de Wally Gobetz

Dentro dos ginásios, os atletas japoneses vestiram a camisa do País de verdade e conseguiram superar muitos dos seus adversários e se tornaram lendas. De um 8º lugar nos Jogos de Roma em 1960, com oito medalhas de ouro, quatro anos depois, os japoneses subiram para o 3º lugar, com 16 medalhas de ouro, dentre 93 países, perdendo apenas para os Estados Unidos e a União Soviética. A organização foi milimétrica, desde a recepção no aeroporto, na entrada nos estádios, e no show de abertura. Não havia recursos eletrônicos, mas havia recursos humanos competentes, e o espetáculo foi transmitido via satélite para o mundo, sendo os primeiros jogos a serem transmitidos dessa forma.
No dia 10 de outubro de 2014 se completam 50 anos da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Todos os estádios construídos continuam sendo usados até hoje e abrigam grandes shows e competições. O trem-bala, que chega alcançar 320 km/h, cresceu para 2.387 km de trilhos. O aeroporto de Haneda perdeu o título de internacional para Narita, mas continua recebendo os vôos nacionais. A cidade continua limpa e os pescadores ainda estão no Rio Sumida.

Reflexão se faz necessária: O Japão começou a construir a infraestrutura necessária para os jogos assim que venceu a competição entre os candidatos (Detroit, Viena e Bruxelas) em março de 1959. Tiveram cinco anos para isso. Tóquio se candidatou novamente, mas perdeu para o Rio de Janeiro a sede dos próximos Jogos, de 2016.
No Brasil, ninguém fala nos Jogos Olímpicos do Rio, que acontecerão daqui a 2 anos, mas no Japão, que sediará os jogos de 2020, não só estão falando, como também apresentam num site uma campanha para receber de braços abertos os visitantes, e mostram todo o planejamento da infraestrutura a ser construída para o evento ser inesquecível. Veja em Tokyo2020

Aqui, num curioso noticiário de junho de 1964, a Universal Pictures mostra os estádios de Tóquio em fase final de construção, no trecho entre 3:43 a 4:27.

ago 192014
 

A canadense Sharla postou um video do Pikachu Cafe, que fica no 53º andar do Roppongi Hills, Roppongi, Minato-ku, Tokyo.

O interessante é o café servir pratos rápidos como Pikachu Curry, Pikachu Teriyaki Burger e Monster Ball Omuhayashi, além, é claro, de sobremesas como Pikachu 100.000 volts parfait. Todos eles merecem o adjetivo “kawaii” e fica difícil comê-los. As fotos dos pratos podem ser vistas no site do Roppongi Hills. O Pikachu Café abre das 11 às 22 horas, mas infelizmente só funcionará até o dia 31 de agosto de 2014.

O Café faz parte da exposição do Pokémon que está acontecendo no mesmo local, que marca o lançamento do novo filme, o 17º para cinema, dos monstrinhos coloridos, o “Pokémon the Movie XY”.