abr 232014
 

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Reconhecimento definitivo da animação como arte no Japão e um dos principais meios de difusão da cultura pop nipônica no exterior, os Correios do Japão (Nippon Yuubin / JP Post) completaram recentemente 10 Anos de Emissão de Selos de Animês célebres. Impressos em 6 cores esses belos selos são altamente colecionáveis e disputados tanto por filatelistas como por otakus. A cada edição são impressas 15 milhões de folhas de 10 selos cada, com uma ilustração lateral especial.
As primeiras séries, de 2003 a 2005, foram chamadas de séries “Ciência, Tecnologia e Animação” e apenas parte dos selos tinham imagens de um animê. A partir de 2005 os Correios do Japão passaram a lançar séries exclusivas de selos de animê, chamadas “Heróis e Heroínas de Animê”. Veja a seguir quais séries já foram homenageadas pelos Correios do Japão:

2003: “Ciência, Tecnologia e Animação” – Tetsuwan Atomu (Astroboy)
2004: “Ciência, Tecnologia e Animação” – Super Jetter, 2 séries diferentes
2004: “Ciência, Tecnologia e Animação” – Fushigina Melmo, 2 séries diferentes
2004: “Ciência, Tecnologia e Animação” – Kagaku Ninja Tai Gatchaman (G-Force), 2 séries diferentes
2004: “Ciência, Tecnologia e Animação” – Mazinger Z (Eur: Goldorak; EUA: TranZor)
2005: “Ciência, Tecnologia e Animação” – Doraemon
2005: “Ciência, Tecnologia e Animação” – Time Bokan, 2 séries diferentes
2005: “Heróis e Heróinas de Animê” – Pokémon
2005: “Heróis e Heróinas de Animê” – Mobile Suit Gundam
2006: “Heróis e Heróinas de Animê” – Ginga Tetsudõ 999 (Galaxy Express 999)
2006: “Heróis e Heróinas de Animê” – Meitantei Conan, 1a. versão
2007: “Heróis e Heróinas de Animê” – Neon Genesis Evangelion
2007: “Heróis e Heróinas de Animê” – Mirai Shõnen Conan
2008: “Heróis e Heróinas de Animê” – Manga Nihon Mukashi Banashi
2008: “Heróis e Heróinas de Animê” – Patlabor
2009: “Heróis e Heróinas de Animê” – Ge Ge Ge no Kitarõ
2009: “Heróis e Heróinas de Animê” – Meitantei Conan, 2a. versão
2009: “Heróis e Heróinas de Animê” – Naruto
2010: “Heróis e Heróinas de Animê” – Keroro Gunsõ
2010: “Heróis e Heróinas de Animê” – Full Metal Alchemist
2010: “Heróis e Heróinas de Animê” – Chibi Maruko-chan
2011: “Heróis e Heróinas de Animê” – One Piece
2011: “Heróis e Heróinas de Animê” – Berusaiyu no Bara (Lady Oscar)
2012: “Heróis e Heróinas de Animê” – Dragon Ball Kai
2012: “Heróis e Heróinas de Animê” – Arai Guma Rascal
2013: “Heróis e Heróinas de Animê” – Arupusu no Shõjo Haiji (Heidi)
2013: “Heróis e Heróinas de Animê” – Doraemon

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Veja os selos em https://www.post.japanpost.jp/kitte_hagaki/stamp/anime.html

mar 072014
 

Chie Shimpo, de 48 anos, será a primeira mulher a ser presidente de um banco no Japão. Ela assumirá o posto no mês que vem, na Nomura Trust and Banking, onde está desde 1989 e que nos últimos dois anos ocupou um lugar na diretoria.

Trata-se de um feito notável, uma vez que, mesmo no Banco Central do Japão, apenas uma mulher ocupa uma cadeira entre os nove executivos da instituição.

Shimpo se formou na conceituada Universidade de Waseda, e tem MBA na Stanford University, na Califórnia, EUA.

No Japão, a presença de mulheres nos negócios e na política é menor se comparada com outros países desenvolvidos. A maioria delas deixa de trabalhar quando tem o primeiro filho, de acordo com dados oficiais. Como há poucas opções para cuidar de crianças pequenas enquanto se trabalha fora, a volta ao mercado de trabalho se torna mais difícil.

fev 192014
 

Apresentação do grupo de meninas brasileiras Linda III Sei no Parque Yoyogi, em Tóquio, em 2015.
https://youtu.be/u5xDrzOQe90
Veja posts anteriores sobre Linda III Sei:

Hiyake MachineTeste para Novos MembrosAiken AnthonyO começo delas

jan 292014
 

No Japão dizem que a prova definitiva de que algo ou alguém é popular no mundo inteiro é quando a coisa ou a pessoa ganha uma versão em mangá. Estadistas, benfeitores da humanidade, celebridades do esporte já foram objeto de mangás. Por exemplo, Ayrton Senna teve a vida contada em quadrinhos no Japão em duas séries nos anos de 1990 e 1991 na revista “Shõnen JUMP”, no auge de sua carreira.
A mais recente iniciativa quadrinhística do gênero ocorreu com a série inglesa “Sherlock” da TV BBC. Com roteiro de Mark Gatiss (da série “Doctor Who”) e Steven Moffat (“Doctor Who” e “As Aventuras de Tintim”, em conjunto com Steven Spielberg), a série atualiza os personagens de Arthur Conan Doyle, originalmente criados na Era Vitoriana, para a Inglaterra do século 21. Agora Sherlock Holmes é um detetive “sociopata altamente produtivo”, hiperativo viciado em fumo com sérios problemas de adaptação social, mas que canaliza seus distúrbios para a solução de casos para fugir da sensação de tédio que o leva à beira do suicídio. Já o Dr. John Watson é um médico do exército britânico que após anos de serviço no Afeganistão acaba de voltar à Inglaterra e à vida civil. Traumatizado pela guerra, o doutor faz terapia e na procura de um emprego acaba conhecendo Sherlock. Reconhecendo a habilidade do doutor com a medicina, armas e um certo vício em adrenalina de ação, Sherlock propõe a Watson a clássica parceria para resolver casos que envolvem espionagem e tecnologia da informação.
sherlock da BBCSherlock é interpretado por Benedict Cumberbatch (Khan em “Star Trek Além da Escuridão”) e o Dr. Watson é feito por Martin Freeman (Bilbo Baggins da trilogia “O Hobbit”). A série, que começou em 2010 na Inglaterra, teve de início uma resposta modesta do público. Mas com esmerada edição e roteiros inteligentes, nos anos seguintes “Sherlock” cativou o público jovem, virou uma febre na Internet e a BBC decidiu produzir novos episódios. A 3a. temporada, exibida nas duas primeiras semanas de janeiro de 2014, consagrou o fenômeno. “Sherlock” tornou-se a série de maior audiência da BBC em dez anos (12 milhões de espectadores de acordo com Broadcasters’ Audience Research Board), e um grande sucesso comercial ao ser vendida para mais de 200 países e gerar produtos licenciados diversos, além dos DVDs e Blue-rays. E a venda dos livros de Conan Doyle também cresceram pelo mundo afora após a estréia da “Sherlock”.
sherlock mangasherlock manga capaDemonstrando faro para o sucesso, em 2012 a editora japonesa Kadokawa Shoten negociou com os autores de “Sherlock” os direitos para produzir uma versão em mangá da série da BBC. Aliás, esse foi o primeiro licenciamento internacional de produtos da série. O resultado foi “Sherlock: Pinku Iro no Kenkyuu”, mangá desenhado por JAY e que vem sendo publicado em capítulos na revista “Young ACE”. Elementar, né?

Por: Cristiane A. Sato, autora do livro JAPOP – O Poder da Cultura Pop Japonesa

jan 202014
 

“Kaguya Hime no Monogatari” (traduzido, “O Conto da Princesa Kaguya” – ainda sem título em português) é o mais recente filme do Studio Ghibli, premiado estúdio de animação japonês (Urso de Ouro de Melhor Filme do Festival de Berlim 2002 e Oscar de Melhor Animação em 2002 com “A Viagem de Chihiro”), que estreou nos cinemas japoneses no final de novembro de 2013. Baseado num tradicional conto folclórico japonês de mesmo nome, “Kaguya Hime no Monogatari” marca a volta de Isao Takahata, célebre diretor japonês que havia se aposentado da produção direta de animações para assumir a diretoria executiva do Studio Ghibli, do qual é sócio com o diretor de “A Viagem de Chihiro”, Hayao Miyazaki. “Kaguya Hime no Monogatari” é o primeiro animê dirigido por Takahata em 14 anos (o último foi “Hõhokekyo Tonari no Yamada-kun – My Neighbors the Yamadas”, não exibido em circuito comercial no Brasil).
https://www.youtube.com/watch?v=n0oumYRfL0w
Takahata, famoso por suas animações charmosas que mostram a infância com doçura característica, adotou a estética tradicional de ilustração de contos infantis em aguada em sua versão de “Kaguya Hime no Monogatari”. Trata-se da história de um casal de camponeses idosos sem filhos que encontram uma criança no interior oco de um pé de bambu mágico brilhante. Eles adotam a bebezinha, que rapidamente se transforma numa linda jovem, e se tornam imensamente ricos devido aos bambus mágicos. Logo aparecem vários pretendentes à mão da princesinha, que apesar de feliz com seus pais adotivos sofre por estar destinada a ter de partir para um reino distante na próxima lua cheia.

A estréia de “Kaguya Hime no Monogatari” no Japão trouxe várias especulações na mídia local a respeito do futuro do Studio Ghibli, cuja imagem está fortemente vinculada ao diretor Hayao Miyazaki e que anunciou sua aposentadoria ao lançar seu último animê em julho de 2013, “Kaze Tachinu” (título em inglês “The Wind Rises”, ainda sem título em português). Apesar de respeitados e célebres, Takahata e Miyazaki já possuem idades avançadas (78 e 73 anos, respectivamente) e ainda há incertezas quanto ao futuro do estúdio criado por eles e seu legado. Não se sabe ainda se “Kaguya Hime no Monogatari” será indicado ao Oscar, mas “The Wind Rises” de Miyazaki tem conquistado vários prêmios em mostras e festivais internacionais, como o da Associação dos Críticos de Nova York. Entretanto, apesar de sua mensagem pacifista, pelo fato de “The Wind Rises” ser baseado na história real do engenheiro que criou o caça Mitsubishi Zero, usado pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial, e por mostrar personagens que fumam (porque na vida real eram fumantes), o animê foi alvo de protestos na Coréia do Sul e nos Estados Unidos e sua indicação para o Globo de Ouro e o Oscar, mesmo com o apoio da Disney, ficaram pendentes até o último instante.

Assim, mesmo que “The Wind Rises” concorra, as chances de Miyazaki levar alguma das estatuetas são mínimas. No Japão, entretanto, “The Wind Rises” foi até o fim de dezembro/2013 a maior bilheteria dos cinemas no país (¥ 119,513,192). “Kaguya Hime no Monogatari”, apesar do lançamento em baixa temporada, em pouco menos de 2 meses de exibição alcançou a soma considerável de ¥ 19,217,168, batendo concorrentes internacionais de peso como “Guerra Mundial Z” com Brad Pitt, “Oz Mágico e Poderoso” com James Franco e Rachel Weisz, “Oblivion” com Tom Cruise, e o último Wolverine com Hugh Jackman.

Por Cristiane A. Sato – autora do livro “JAPOP – O Poder da Cultura Pop Japonesa