Kirigami
Depois de imaginar por um longo tempo um cartão de felicitação para enviar aos amigos, o engenheiro Masahiro Chatani teve a idéia de criar algo tridimensional, como se juntasse duas folhas de papel recortados.
Masahiro Chatani já era reconhecido nessa época, afinal, formado em arquitetura aos 22 anos na conceituada Faculdade Industrial da Universidade de Tokyo, em 1980, com 46 anos de idade, havia se tornado doutor na mesma Universidade e já era autor de livros sobre edificações.Esses cartões, que eram recortados de maneira a poderem ser dobrados, fizeram muito sucesso entre os seus amigos e finalmente tomou a forma de livro em 1984. Conforme explica o autor, o cartão branco dobrado que se abre em forma de pop-up sobre um fundo branco ou colorido, forma sombra e tem tridimensionalidade, criando um mundo fantástico.
A técnica foi batizada de Origamic Architecture. Com uma precisão milimétrica, bastante habilidade e muita criatividade, Chatani desenvolveu seus cartões, que puderam ser vistos expostos em vistosas vitrines em shoppings e aeroportos do país, em 1984 e 1985. Esses cartões eram gigantes e eram feitas sob encomenda. Logo, a técnica ultrapassou as fronteiras e ficou conhecida no mundo inteiro.
No Brasil, o nome Origami Arquitetura foi registrada por uma empresa que produz esses cartões comercialmente.
Apesar disso, a técnica no Brasil é conhecida como Kirigami, contrariando o nome utilizado em todos os outros países. A razão? Em 1993, Naomi Uezu, que já havia dominado a técnica dos cartões tridimensionais, seria a primeira pessoa a ministrar uma aula sobre esse assunto no Brasil. Reunida com os diretores da Abrademi, que planejavam incluir esse curso no calendário da entidade, chegou-se a conclusão de que “origamic architecture” era muito difícil de ser pronunciado. Assim, a aula foi divulgada como: “CURSO DE KIRIGAMI – ORIGAMIC ARCHITECTURE, a arte de fazer cartões tridimensionais, aqueles que “saltam” figuras quando se abre”, conforme propaganda da época. A idéia era fazer associação com o Origami, muito mais difundido no Brasil.
A aula foi um sucesso em 26 de setembro de 1993, e outras aulas foram ministradas, ficando apenas o nome Kirigami. A Naomi Uezu tem hoje um estúdio de produção dos cartões Kirigami, e ministra cursos na Aliança Cultural Brasil Japão. O site dela chama-se, não por acaso www.kirigami.com.br.
Masahiro Chatani publicou vários livros sobre o assunto, sempre pela editora Ondori, de Tokyo. Em livrarias japonesas do Brasil, entretanto, vendedores desinformados podem afirmar que não existem livros sobre “kirigami”. Mas existem. É necessário procurar por “origamic architecture”, que é o termo que aparece nas capas desses livros.
Conheça o livro: Brincando com Origami Arquitetônico de Ariomar F. Silva e Leoncio de O. Carvalho.
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