mar 102014
 

No dia 24 de fevereiro de 2014, um pequeno grupo deu entrada no 3º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo para registrar a Associação Brasileira de J-Fashion. Seria apenas mais uma entidade não fosse o curioso e específico tema chamado “J-Fashion”, ou “Japanese Fashion”, que pode ser traduzido como moda japonesa.
A nova entidade é encabeçada por Cristiane A. Sato, autora do livro Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa (2007), e que vem há muitos anos palestrando sobre esse tema. Fazem parte da associação, entre outros, os organizadores do “Harajuku Fashion Meeting”, evento que reuniu em São Paulo mais de cem jovens simpatizantes da moda alternativa japonesa de diversas partes do Brasil.
“Há um crescente interesse do Ocidente pelo que se produz no Japão em termos de moda”, explica Cristiane.
Nas últimas 3 décadas estilistas, designers, caçadores de tendências, artistas, a indústria da moda e a mídia internacional vêm acompanhando atentamente tudo que ocorre no Japão porque lá ocorrem inovações estéticas e comportamentais únicas. Isso acontece devido a condições específicas do país. Entre tais condições destacam-se:
1 – Devido sua forte identidade cultural, o Japão é provavelmente o único país rico e industrializado que mantém o uso de suas roupas tradicionais como moda (o que implica em viabilidade comercial e constante inovação), não as relegando a mero traje folclórico como ocorreu nos demais países industrializados.
2 – Embora o Japão aprecie produtos e estilos ocidentais, o mercado e a produção local não se limitam a importar ou copiar o que vem do exterior, e é da mistura de estilos japoneses (Wafuku) com estilos ocidentais (Yofuku) que surgem inovações estéticas e comportamentais.
3 – Caracterizada pela complexidade e rigidez de normas de comportamento na vida cotidiana, a sociedade japonesa curiosamente permite e tolera o uso da moda como válvula de escape social, o que criou no país um ambiente único de alto grau de experimentalismo, criatividade e o maior mercado de moda alternativa do mundo.
Seria essa rigidez da sociedade que, por exemplo, obriga crianças e adolescentes a usarem uniformes até em excursões escolares a origem da revolta que criou a moda alternativa, como a que se vê nas ruas do bairro de Harajuku em Tóquio?
A especialista diz que não. “O primeiro movimento de moda alternativa no Japão aconteceu por volta de 1925, com os chamados ‘moga-mobo’, ou ‘modern girl’ e ‘modern boy’, e o ponto era o bairro luxuoso de Ginza, em Tóquio”. Cristiane comenta que naquela época o quimono ainda era muito utilizado pelos japoneses e esse grupo era considerado moderno por usar roupas ocidentais. “Mesmo usando roupas da Europa, as jovens faziam adaptações nos acessórios e nas combinações porque queriam adequá-las à estética japonesa. Elas consideravam, por exemplo, o leque um acessório obrigatório, ao invés da bolsa”, resume a pesquisadora.
O objetivo da Associação Brasileira de J-Fashion é divulgar a moda japonesa no Brasil, incluindo reunir adeptos e combater o bullying e o preconceito contra os que se vestem de maneira diferente da maioria.

Palestra da Cristiane lotou a sala da Associação Mie no dia 9 de março de 2014: um tema específico como Moda Japonesa tem muitos seguidores no Brasil.

Palestra da Cristiane lotou a sala da Associação Mie no dia 9 de março de 2014: um tema específico como Moda Japonesa tem muitos seguidores no Brasil.

Apesar disso, a nova entidade não tratará apenas da moda alternativa do oriente. Ela pretende difundir o uso do quimono no Brasil como traje apropriado para festas e cerimônias. A própria Cristiane é adepta dessa moda, usando-a em várias ocasiões. Uma das propostas da entidade é, por exemplo, fazer uma campanha para convencer os proprietários de restaurantes japoneses a concederem um generoso desconto para clientes que vierem trajando quimono completo. Com isso, os restaurantes ganham uma aparência típica e o quimono sairá dos armários para ser usado no dia a dia.
“A Associação quer fazer com que a moda japonesa deixe de ser mero conceito em palcos e passarelas, e passe para as ruas. Moda que não é usada, quando muito, vira peça de museu”, finaliza Cristiane Sato.

mar 012014
 

moda japonesa banner

Palestra: Introdução à Moda Japonesa – Dia 9 de março de 2014 (d0mingo) – das 14 às 17 horas
Taxa única: R$ 10,00
Local: Associação Cultural Mie Kenjin do Brasil – Av. Lins de Vasconcelos, 3352 – na saída do metrô Vila Mariana, São Paulo.

Conteúdo:
Um país pequeno de 127 milhões de habitantes, mas cujo mercado de moda moveu impressionantes 128 bilhões de Euros (ou US$ 172.800 bilhões, ou R$ 414.720 bilhões) em 2013 e que vem crescendo de forma estável, na casa de 2% ao ano. Estamos falando do Japão, onde modernidade e tradição coexistem, e para onde os caçadores de tendências vão se antenar com a vanguarda.
Muito do que o olhar ocidental traduz como mera extravagância ou esquisitice étnica tem na verdade fundamentos históricos e culturais – conhecimento sem o qual é difícil identificar os movimentos sólidos de moda e comportamento do Japão, e que também dificulta a penetração de produtos estrangeiros no variado e competitivo mercado nipônico. Conhecer as características da moda japonesa – gostos, estéticas e valores da sociedade – é fundamental para saber como encontrar um nicho num mercado extremamente variado e competitivo e o que produzir.

A palestra MODA JAPONESA é uma introdução aos 3 “mundos” diferentes que convivem em termos de conceito, estilo de vida e estética no país (wafuku, yõfuku e moda alternativa), ao dress code japonês, e sobre como designers e as ruas do Japão vêm influenciando a moda no Ocidente.

A quem se destina:
Profissionais da moda, estudantes de moda, design e artes em geral, e interessados em cultura pop japonesa.

Palestrante: Cristiane A. Sato
Formada em Direito pela Universidade de São Paulo, publica artigos sobre cultura popular e história japonesa em jornais e revistas desde 1993. Autora do livro “Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa” (2007), atualmente prepara um livro sobre moda japonesa. Ministrou palestras em eventos no Centro Cultural Itaú, Sesi, Sesc, Senac, USP, Fundação Japão, Embaixada e Consulado Geral do Japão, entre outros.

Maiores informações: abrademi.com. Inscrições pelo Sympla ou no próprio local.

nov 052013
 

Entrevista para a TV Brasil
O programa “Caminhos da Reportagem” da TV Brasil de Brasília entrou em contato com a Assoc. Bras. de J-Fashion solicitando depoimentos de alguns de nossos associados para um especial sobre a Imigração Japonesa e seus reflexos na sociedade brasileira. A gravação, que ocorreu na tarde de 04 de Abril na Livraria Sol na Praça da Liberdade, foi feita com Cristiane A. Sato (presidente), Yui Aline Barros (vice-presidente) e Júlia Sakai, nossa mais recente associada. Agradecimentos à Conchita e à equipe da TV Brasil em São Paulo, e à Dna. Mitie da tradicional Livraria Sol, que há mais de 60 anos é uma referência da colônia japonesa no Brasil.

J-Fashion no SPFW 2014

A J-Fashion BR na SPFW
Dia 04 de Abril foi extremamente corrido para a Associação Bras. de J-Fashion, que além da entrevista para a TV Brasil compareceu como observadora convidada aos desfiles de encerramento da São Paulo Fashion Week. Além de poder ver as exposições e estandes na tenda principal, vivenciamos a intensa movimentação da principal semana de moda brasileira, as propostas de várias grifes para o próximo verão e o que a indústria têxtil nacional apresentará em breve ao mercado. Destaque para os desfiles da coleção masculina de Alexandre Herchcovitch, com sua versão de peças híbridas street fashion Harajuku, e a coleção de vestidos de voile e rendas de Samuel Cirnansck. Cumprimentos à associada Júlia Sakai, por ter participado como voluntária no projeto que resultou na mostra de fotos glam “Mulheres de Peito na Moda” e agradecimentos à Vilma, que nos recebeu com atenção e simpatia. Também foram à SPFW o associado Alexandre Prior, a vice-presidente Yui Aline Barros, que foi bastante clicada nos corredores por ser a única representante do boystyle Harajuku no evento, e a presidente Cristiane A. Sato, que representou o lado tradicional da moda japonesa usando um quimono fashion houmongi.

mayumi_akira_bazar

Cursos Básico de Mangá e Kanji com Shodo, e Kinji Bazar
No domingo, 13 de Abril, a Associação Bras. de J-Fashion deu uma ajudazinha nos cursos Básico de Mangá da profa. Mayumi Ito e Kanji com Shodo com o sensei Akira Saito (que também é o atual Campeão Mundial de Karatê da categoria bunkai kata kumite), ambos organizados pela ABRADEMI – Ass. Bras. de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, na parceria que vem sendo mantida desde o Meeting 40 Anos de Lady Oscar, A Rosa de Versalhes em 2012. No dia também foi feita uma reunião informal para tratar de novos projetos, em especial da criação do Kinji Bazar. A inspiração vem da moda used mix japonesa e da rede de lojas de brechó Kinji. O projeto está no início e visa a criação de um espaço onde os membros da Assoc. J-Fashion poderão vender suas próprias criações. Mas isso significa que já a partir do próximo mês cursos e eventos terão também o bazar-brechó da Assoc. J-Fashion, o Kinji Bazar. Para maiores informações sobre o Kinji Bazar, falar com o associado Francisco Noriyuki.

Reunião e Almoço de Despedida para o Leonardo
No feriado do dia 21 de Abril houve uma reunião com almoço especial na casa da presidente Cristiane A. Sato. O principal motivo foi a despedida do Leonardo Obara, membro da ABRADEMI que vai para o Japão em maio por uma bolsa de estudos da JICA – Japan International Cooperation Agency. Como o Leonardo sempre ajudou nas atividades da Assoc. J-Fashion, duas associações vão sentir a falta dele, apesar de também sentirem orgulho por ele ter conquistado uma bolsa extremamente concorrida. O almoço, que se alongou até o jantar, virou uma celebração tardia de Páscoa com chá e biscoitos kawaii, que gerou muitas idéias para divulgar o J-Fashion no Brasil. Parabéns, Leonardo! Até a volta!