dez 282017
 

Chega ao Brasil no dia 20 de janeiro de 2018 a missão do diretor de arte e artista plástico japonês Sebastian Masuda. Denominada Time after Time Capsule, a cápsula do tempo tem viajado pelo mundo desde 2014, com o objetivo de difundir a cultura japonesa, em especial a chamada cultura kawaii.

Trata-se de um movimento bastante popular no mundo inteiro, inclusive no Brasil, de compartilhar o amor por meio desta cultura pop, na qual cores, formas, objetos, figurinos e acessórios infantis resgatam a inocência, a pureza e a alegria de adeptos de todas as idades. Para Masuda, sua cápsula do tempo é um projeto participativo global, que convida as pessoas a compartilhar o amor em uma série de atividades, abertas a todas as pessoas, independentemente de sexo, idade, origem ou nacionalidade.

“Ao conhecer que uma parte das novas gerações no mundo cultuam a cultura de Harajuku fervorosamente, constatei que esse fato ultrapassa fronteiras de países, etnia e gênero, e que é um conceito indispensável para a atualidade”, revela Masuda, sobre sua motivação para o projeto.

A cada parada, são promovidos workshops e diversas atividades ao redor de um enorme personagem transparente elaborado especialmente para esta ocasião. Ao longo do dia, os participantes poderão participar de uma palestra ministrada por Sebastian Masuda, e depois terão à sua disposição papéis, canetas coloridas e diferentes materiais para produzir, em um workshop, cartas decoradas, que serão inseridas na escultura gigante. O conteúdo contido nas cartas será direcionado a seus próprios autores, que no futuro terão a oportunidade de rever suas mensagens.

Isso porque, após percorrer diversos países, a cápsula retorna ao Japão em 2020, permanecendo em Tóquio durante a realização dos Jogos Olímpicos. A partir de 2035, as cápsulas iniciarão uma viagem de retorno, para reencontrar, em cada país onde havia estado, os participantes de cada um dos eventos e devolver-lhes suas cartas, para que possam relembrar as mensagem ali deixadas.

Até 2020, terão recebido as cápsulas do tempo de Sebastian Masuda, além do Brasil, as cidades norte-americanas de Miami, Nova Iorque, Seattle, Washington DC, São Francisco, Los Angeles e Alasca, e também Paris, Londres, Cingapura, África do Sul (Cidade do Cabo), Angola e Bolívia.

A cultura Kawaii no Brasil 


Uma de suas mais recentes passagens com a cápsula do tempo, Sebastian Masuda esteve na África, em Angola. A passagem surpreendeu o artista pela quantidade de informações que os residentes locais tinham sobre o Japão e a cultura pop, por meio do acesso à internet, principalmente através de sites brasileiros.

Esta popularidade no Brasil também pode ser percebida por Masuda pelas visitas de brasileiros à sua loja, 6%DOKIDOKI, em Harajuku, bem como pelas mensagens que recebe no Facebook.

“Há algum tempo sabia que a cultura Kawaii é popular na América do Sul, no entanto ainda não havia tido oportunidade de visitar esses países. Agora, com a minha nomeação como Embaixador da Cultura, visitarei o Brasil para verificar a comentada popularidade com meus próprios olhos.”

Esta será a sua primeira vinda ao país, e sua expectativa com a realização da palestra e do projeto de arte é que os brasileiros tenham a oportunidade de se aproximar do Japão, mais e mais.

Sebastian Masuda


O diretor de arte e artista plástico Sebastian Masuda nasceu em 1970, na província de Chiba, no Japão. Após atuar no universo do teatro e da arte contemporânea, inaugurou em 1995, em Harajuku, a “6%DOKIDOKI”, uma loja de temática Kawaii.

Em 2009, iniciou a turnê internacional “Harajuku Kawaii Experience”, para divulgar a cultura de Harajuku ao mundo. Recebeu destaque mundial ao produzir o videoclipe “PONPONPON”, para o lançamento do single de estreia da Kyary Pamyu Pamyu, ícone do pop japonês.

Atua ativamente na promoção da cultura kawaii de Harajuku como artista e diretor de arte. Também criou um restaurante-conceito, o “KAWAII MONSTER CAFÉ”.

Sua primeira exposição individual, “Colorful Rebellon – Seventh Nightmare”, foi realizada em Nova Iorque, em 2014. Em 2015, recebeu o Prêmio New Wave, no Yubari International Fantastic Film Festival.

Em maio último foi nomeado Embaixador da Cultura pela Agência de Assuntos Culturais do Governo do Japão. Atualmente também atua como professor visitante nas Universidades de Arte e Design de Quioto e de Yokohama.

Mais informações sobre o artista podem ser encontradas em seu site oficial: http://m-sebas.com ou em sua página no Facebook: https://www.facebook.com/sebastian.m.art/

Serviço: Data: 20 de janeiro de 2018 (sábado)

Horário:
• Palestra: das 11h às 13h (em japonês, com tradução consecutiva)
• Workshop: das 15h às 18h

(A palestra tem vagas limitadas. As senhas para participação serão distribuídas uma hora antes, no local)

Local: Japan House São Paulo – Av. Paulista, 52, São Paulo

out 162017
 

Fato histórico: Cristiane A. Sato, da Associação de J-Fashion, ladeada pelos organizadores do evento, apresenta o Manifesto pró-Cultura Kawaii, no V Meeting Nacional Secret Garden, na Mansão Hasbaya, em São Paulo, no dia 14 de outubro de 2017.

“A beleza está nos olhos de quem vê. Abençoadas são as pessoas que apreciam a inocência, que protegem a infância e que praticam a ingenuidade e a lealdade no mundo de hoje. Paz é o privilégio das pessoas de boa vontade.

Poluição, violência, crime, corrupção, terrorismo, guerra, preconceito, xenofobia, sofrimento e solidão. É esse o mundo que queremos?

Por um mundo mais gentil, mais compreensivo, solidário e próspero, onde as pessoas possam se dar ao luxo supremo de recuperar parte da infância na vida adulta, queremos assimilar a Cultura Kawaii originada no Japão e difundi-la como instrumento de paz global. Sendo uma manifestação cultural única, livre de doutrinação política ou religiosa e que independe de um idioma para estabelecer comunicação, a Cultura Kawaii se mostra como o instrumento certo para unir povos e gerações diferentes mundo afora.

Manifestamo-nos em prol da Cultura Kawaii sabendo que é a primeira vez no mundo que isso ocorre. Aqui é o Brasil, o lugar mais distante do Japão no mundo. Mas é aqui, na “terra do tudo junto e misturado” que há espaço para assimilação e convívio. Aqui corações separados por oceanos, fronteiras e culturas se unem para gerar algo novo em conjunto.

Nós reconhecemos que a Cultura Kawaii é parte da Cultura Japonesa, que está integrada no cotidiano japonês, e que ela é parte da identidade japonesa há séculos. Nós vemos beleza nos netsuke, nas mulheres que vestem quimonos com desenhos de pintinhos e coelhos, nos doces wagashi e nas estátuas de jizõu e inari espalhadas por estradas e ruas.

Nós nos inspiramos no trabalho de artistas como Yumeji Takehisa, Junichi Nakahara, Riyoko Ikeda, Yumiko Igarashi, Macoto Takahashi e Eico Hanamura.

Nós entendemos que o sofrimento fez parte de fenômenos da Cultura Kawaii, e a importância dos efeitos terapêuticos do kawaii.

Só compreendemos a importância da Cultura Kawaii ao lembrar da dor que o confisco das bonecas Kewpie doll para fabricação de pólvora causou nas crianças durante a 2ª Guerra Mundial, e como a volta das bonecas após a guerra trouxe alento aos jovens sobreviventes durante a difícil reconstrução do Japão.

Ao saber que as 222 meninas-enfermeiras Himeyuri mantinham como tesouros em estojos escolares fotos de família e ilustrações da revista Shõjo no Tomo, pouco antes de se suicidarem durante a guerra.

Ao lembrar que uma criança em tratamento de câncer comoveu uma geração ao contar que a boneca Hello Kitty foi sua melhor amiga no hospital por ter ficado dias e noites ao seu lado.

Ao constatar que sobreviventes do Terremoto com Tsunami de 2011 e pacientes de doenças neurológicas respondem positivamente ao tratamento com o robô filhote de foca Paro.

Sim, acreditamos que a Cultura Kawaii é expressão de arte, estética, comunicação, e de cura da alma.

A Cultura Kawaii NÃO é fetiche ou apologia à pedofilia. Criminosos vêem malícia em tudo e todos. Denegrir ou proibir a Cultura Kawaii é censurar a arte e um ato de preconceito. Reduzir o espaço da infância penaliza social e culturalmente as pessoas boas que deviam ser livres. Somente o fim da impunidade e o afastamento dos criminosos da sociedade permitirá a todos liberdade de expressão e a queda de preconceitos.

Por essas razões, e para que o trabalho idealizado por Takamasa Sakurai não seja esquecido, lançamos o MANIFESTO PRÓ CULTURA KAWAII.

Aprenderemos, cultivaremos, divulgaremos e defenderemos a Cultura Kawaii. Toda beleza verdadeira começa na gentileza, na compreensão, na solidariedade e na inocência. Toda paz tem essa beleza.

Kawaii Forever!”

São Paulo, Brasil, em 14 de Outubro de 2017.

Assinaram inicialmente o manifesto:

Bianca Rocha – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Érika Barbosa – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Layla Carvalho – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Lea Dias – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Willian Souza – organização, V Meeting Nacional Secret Garden

Cristiane A. Sato – presidente, Associação Brasileira de J-Fashion

Francisco Noriyuki Sato – presidente, ABRADEMI Assoc. Bras. de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, e editor do site www.culturajaponesa.com.br e professor de História do Japão

Dra. Makiko Matsuda – professora de Cultura Japonesa da Universidade de Kanazawa e professora visitante da Universidade de São Paulo – USP

Prof. Yoshikazu Shiraishi – professor no Tokyo Edo Culture Center e professor visitante da Universidade de São Paulo

Dra. Patrícia M. Borges – professora, Pontifícia Universidade Católica PUC-SP e Universidade de Osasco

Manifesto em inglês.   Manifesto em japonês.