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Imperial College of Engineering na foto de 1880

No início do Período Meiji, a prioridade do Japão era recuperar o atraso tecnológico em relação às potências ocidentais, que já haviam passado pela Revolução Industrial.

Koubudaigakkou, ou Imperial College of Engineering (ICE), foi a primeira faculdade de engenharia do Japão. Fundada como parte do Ministério das Obras Públicas do governo Meiji, teve a finalidade de acelerar a industrialização do Japão no modelo ocidental. O inglês Edmund Morel, engenheiro chefe do Departamento de Ferrovias daquele Ministério, atuou como consultor durante os estudos para a implantação da faculdade, que começou a funcionar efetivamente em 1873.

Com o falecimento precoce de Morel, em novembro de 1871, o trabalho de criação dessa instituição de ensino ficou a cargo do escocês Henry Dyer, de apenas 25 anos, recém-formado na Universidade de Glasgow. O jovem Dyer era prodígio e havia recebido prêmio no seu país, sendo então indicado para essa função por um professor para Yozo Yamao, ex-samurai que ocupava o posto de diretor da divisão de engenharia do governo. Yamao havia estudado em Londres e fez treinamento técnico numa empresa construtora de navios em Glasgow.

Ocupando o cargo de reitor, Dryer criou um curso acadêmico de seis anos e um curso prático de dois anos no Imperial College. O modelo utilizado foi o da The Royal Indian Engineering College, escola estabelecida na Inglaterra, que visava formar engenheiros para trabalhar no departamento de Obras Públicas da Índia (então sob domínio inglês). Essa escola ensinava, além das matérias ligadas à engenharia, geografia e história da Índia.

O Imperial College do Japão, abrangeu, dentro do curso de engenharia, áreas como construção civil, obras públicas, mineração, navegação, energia e comunicação. Os primeiros professores foram trazidos da Inglaterra e parte das aulas era realizada inteiramente em inglês. Dentre os alunos, havia os agraciados pela bolsa do governo enquanto outros pagavam para estudar. Havia a obrigação dos bolsistas de trabalharem pelo menos durante sete anos no governo após a sua formatura. Aqui se formaram os principais engenheiros e professores, que fizeram a modernização do Japão, substituindo os professores e técnicos estrangeiros.

Em 1886, a escola seria incorporada ao curso de Engenharia da Universidade de Tokyo, formando o departamento de Engenharia. Segundo o professor Hiroshi Kida, diretor geral da Dokkyo Gakuen, essa universidade foi a pioneira no mundo a ter um departamento exclusivo de Engenharia. Mais tarde, em 1890, a mesma universidade foi a primeira a ter um departamento de Agronomia.

Quanto a Henry Dryer, ele deixou o posto de reitor em 1882, recebeu uma homenagem especial do Imperador Meiji, e retornou à Escócia onde dirigiu duas faculdades, numa das quais ele se tornou presidente, permanecendo até o seu falecimento em 1918. Foi um grande admirador do Japão, sempre mantendo contato com os japoneses, e comprou e guardou objetos artísticos do Japão, os quais seriam doados depois por seus descendentes para duas bibliotecas públicas de seu país natal.

Se tiver interesse em saber mais, participe da série de palestras gratuitas (on-line) sobre o tema: Ensino no Japão:

22/08/2021 – “A História da Educação no Japão”, com o professor Francisco Noriyuki Sato, presidente da Abrademi, professor de História do Japão, e autor do livro História do Japão em Mangá.

29/08/2021 – “As Escolas Brasileiras no Japão”, com os professores Alexandre Funashima e Samuel Tachibana, da Escola Alegria de Saber, do Japão.

05/09/2021 – “A Educação Atual do Japão”, com a professora Sandra Terumi Suetsugu Kawabata, da Fundação Japão de São Paulo.

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