set 022021
 

Palestra gratuita on-line aborda o Culto ao Barroco Romântico no Japão.

Rococó, a estética profusamente ornamentada do século 18, uma característica da aristocracia do Antigo Regime, classificada como “decadente” e “kitsch” no Ocidente, no Japão contemporâneo é sinônimo do auge das belas artes e do romantismo ocidental. Cultuado como estilo pop art, o Rococó foi reinterpretado no Japão e passou a fazer parte da cultura e da moda contemporânea.

Fenômenos como a moda “Lolita”, “maid” cafés, a popularidade da alta confeitaria francesa e de peças teatrais ambientadas na Europa setecentista são atualmente um forte chamariz para turistas no Japão.

Mas por que o Rococó Revival moderno ocorreu justo onde era mais improvável? Para entender esse influente fenômeno do Japão contemporâneo, assista esta palestra que mostrará como história, mangás, filmes, negócios e sonhos convergiram num movimento único.

A palestrante Cristiane A. Sato, formada em Direito pela USP, autora do livro JAPOP – O Poder da Cultura Pop Japonesa é palestrante em universidades, entidades, embaixada e consulado geral do Japão, foi bolsista da JICA em 2016, na Universidade de Kanazawa, onde pesquisou sobre estética e moda japonesa. Desde 2017, ministra cursos de História do Japão.

O Culto ao Barroco Romântico no Japão
Dia 11 de setembro de 2021 - das 9 às 10h30 (horário do Brasil)
Inscrições abertas pelo Sympla e a transmissão será pelo Zoom.
Promoção Abrademi e Associação Cultural Mie
maio 112014
 

A inédita Oficina Prática de Como Fazer um Verdadeiro Yukata Japonês, realizada ontem, dia 10 de maio de 2014, na Associação Cultural Mie Kenjin do Brasil, na Vila Mariana em São Paulo, alcançou sucesso total.

A Abrademi, a Associação J-Fashion e a Associação Mie agradecem à professora Ryuka Hanayagi e à sua equipe, que deram uma oficina bastante completa e monitoraram os participantes no trabalho de fazer um Yukata em tamanho real, com TNT. No final, os participantes puderam ver o “kitsuke”, a arte de vestir o quimono / yukata, com variados tipos de yukatas. Participaram 56 alunos previamente inscritos, que era a lotação total do espaço. Lamentamos que muitos não tenham conseguido uma vaga por termos atingido o total estabelecido. Para esses, solicitamos que enviem e-mail para: cursos@abrademi.com, para avisarmos quanto à próxima Oficina de Yukata.

Atividades relacionadas a J-Fashion poderão ser vistas na página da Associação Brasileira de J-Fashion no facebook.

As fotos são do fotógrafo Roberto Kakazu.

abr 072014
 

Em 1919, Isaburo Namiki inaugurou uma loja de roupas femininas e infantis no bairro de Akasaka, em Tóquio. No mesmo ano, começou a ensinar corte e costura dessas roupas no local. Com a ajuda de Masajiro Endo, o estabelecimento se tornou uma escola de moda em 1922, e no ano seguinte, se tornou a primeira faculdade de moda do Japão. Ganhou o atual nome de Bunka Fashion College (Bunka Fukusou Gakuin) em 1936, e no mesmo ano passou a editar So-en, a primeira revista de moda do país.
Em 1955, a escola convidou o estilista francês Christian Dior e mais 11 pessoas, incluindo modelos, para fazer desfile na própria faculdade e em Nagoya, Quioto e Osaka. Em 1958 e 1961, foi a vez do estilista Pierre Cardin, que se tornou professor honorário da escola. O investimento deu resultado. Na década de 60, passaram pelos bancos da escola nomes como de Kenzo Takada e Yohji Yamamoto. Mais tarde, a escola recebeu outros alunos que conquistaram seus espaços, como Junko Koshino, Norio Suzuki, Mitsuhiro Matsuda, Akiko Kitahara, Isao Kaneko, Yutaka Hasegawa e Hiroko Koshino.

O Bunka Fashion College está classificado como a 3ª melhor escola de moda do mundo.
Saiba mais no site do Bunka Fashion College (em inglês). Veja os comentários de uma brasileira que estudou lá (em português)

Passeie pela escola em Shibuya, que tem um edifício de 20 andares, um museu da moda, uma loja que vende desde botões a máquinas de costura, e um auditório para desfiles de moda, numa visão de 360º
Um pouco do que é o ensino da moda no Japão pode ser visto no video da Kawaii International, programa da TV NHK.

mar 202014
 

A Fundação Japão em São Paulo e a Faculdade Santa Marcelina (FASM) promovem, em 27 de março, às 19h, o Tokyo Fashion Festa (TFF) São Paulo~Brasilicious!~. O evento contará com a palestra do empresário Nichi Kashihara e um desfile de moda urbana contemporânea de Tóquio.
A palestra, com tradução simultânea, será uma excelente oportunidade para saber um pouco mais sobre a criatividade e a originalidade que circulam pelas ruas de Tóquio.
Os looks virão diretamente do Japão através da loja conceito idealizada por Kashihara, Madame-Killer, em Nova Iorque. Passarão pela passarela exemplares das marcas Motonari Ono, Neb aaran do, Yukihero Pro-Wrestling e Dress and Tights. O evento contará com a participação dos alunos da FASM como modelos.

moda tokyofesta2014

Motonari Ono – O estilista que dá nome à grife tem sido destaque do Tokyo Fashion Week. Atualmente, é um dos estilistas top de Tóquio.

Neb aaran do – A grife oferece um toque urbano a uniformes de colegiais.

Yukihero Pro-Wrestling – Na moda de Tóquio, esta é uma marca ímpar que tem como inspiração a luta-livre.

Dress and Tights – Como o próprio nome diz, vestidos e meias-calças são os produtos desta singular grife conceitual.

Tokyo Fashion Festa
A primeira edição do evento aconteceu em 2010, em Nova Iorque, em parceria com a escola de moda Fashion Institute of Technology (FIT), apresentado estilos como Gothic e Gyaru (Girl) atraindo centenas de veículos da imprensa especializada.
Depois disso, com o trágico acidente que devastou o Japão em 2011, quando foi acometido por terremoto e tsunami, Kashihara decidiu levar o evento para outros países, em prol daqueles que passavam necessidades em sua terra natal.
Foi assim que o TFF veio a São Paulo, trazendo não apenas os diversos aspectos culturais do país, como também auxiliando na recuperação da indústria japonesa. Com o sucesso, diversos outros países passaram a solicitar as suas próprias edições. Costa Rica foi um deles, que teve o TFF inserido no Costa Rica Fashion Week, no verão de 2012. Ainda em 2012, o TFF esteve em Moscou, na Rússia. Em 2013 esteve no Chile e na Argentina apenas com palestras TFF.

Tokyo Fashion Festa São Paulo~Brasilicious!~
Data: 27 de março de 2014 – Horário: 19h
Local: Faculdade Santa Marcelina (FASM) – Rua Dr. Emílio Ribas, 89 – Perdizes, São Paulo/SP

A entrada é gratuita e as vagas limitadas. As inscrições podem ser feitas enviando nome completo e telefone para: info@fjsp.org.br

mar 102014
 

No dia 24 de fevereiro de 2014, um pequeno grupo deu entrada no 3º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo para registrar a Associação Brasileira de J-Fashion. Seria apenas mais uma entidade não fosse o curioso e específico tema chamado “J-Fashion”, ou “Japanese Fashion”, que pode ser traduzido como moda japonesa.
A nova entidade é encabeçada por Cristiane A. Sato, autora do livro Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa (2007), e que vem há muitos anos palestrando sobre esse tema. Fazem parte da associação, entre outros, os organizadores do “Harajuku Fashion Meeting”, evento que reuniu em São Paulo mais de cem jovens simpatizantes da moda alternativa japonesa de diversas partes do Brasil.
“Há um crescente interesse do Ocidente pelo que se produz no Japão em termos de moda”, explica Cristiane.
Nas últimas 3 décadas estilistas, designers, caçadores de tendências, artistas, a indústria da moda e a mídia internacional vêm acompanhando atentamente tudo que ocorre no Japão porque lá ocorrem inovações estéticas e comportamentais únicas. Isso acontece devido a condições específicas do país. Entre tais condições destacam-se:
1 – Devido sua forte identidade cultural, o Japão é provavelmente o único país rico e industrializado que mantém o uso de suas roupas tradicionais como moda (o que implica em viabilidade comercial e constante inovação), não as relegando a mero traje folclórico como ocorreu nos demais países industrializados.
2 – Embora o Japão aprecie produtos e estilos ocidentais, o mercado e a produção local não se limitam a importar ou copiar o que vem do exterior, e é da mistura de estilos japoneses (Wafuku) com estilos ocidentais (Yofuku) que surgem inovações estéticas e comportamentais.
3 – Caracterizada pela complexidade e rigidez de normas de comportamento na vida cotidiana, a sociedade japonesa curiosamente permite e tolera o uso da moda como válvula de escape social, o que criou no país um ambiente único de alto grau de experimentalismo, criatividade e o maior mercado de moda alternativa do mundo.
Seria essa rigidez da sociedade que, por exemplo, obriga crianças e adolescentes a usarem uniformes até em excursões escolares a origem da revolta que criou a moda alternativa, como a que se vê nas ruas do bairro de Harajuku em Tóquio?
A especialista diz que não. “O primeiro movimento de moda alternativa no Japão aconteceu por volta de 1925, com os chamados ‘moga-mobo’, ou ‘modern girl’ e ‘modern boy’, e o ponto era o bairro luxuoso de Ginza, em Tóquio”. Cristiane comenta que naquela época o quimono ainda era muito utilizado pelos japoneses e esse grupo era considerado moderno por usar roupas ocidentais. “Mesmo usando roupas da Europa, as jovens faziam adaptações nos acessórios e nas combinações porque queriam adequá-las à estética japonesa. Elas consideravam, por exemplo, o leque um acessório obrigatório, ao invés da bolsa”, resume a pesquisadora.
O objetivo da Associação Brasileira de J-Fashion é divulgar a moda japonesa no Brasil, incluindo reunir adeptos e combater o bullying e o preconceito contra os que se vestem de maneira diferente da maioria.

Palestra da Cristiane lotou a sala da Associação Mie no dia 9 de março de 2014: um tema específico como Moda Japonesa tem muitos seguidores no Brasil.

Palestra da Cristiane lotou a sala da Associação Mie no dia 9 de março de 2014: um tema específico como Moda Japonesa tem muitos seguidores no Brasil.

Apesar disso, a nova entidade não tratará apenas da moda alternativa do oriente. Ela pretende difundir o uso do quimono no Brasil como traje apropriado para festas e cerimônias. A própria Cristiane é adepta dessa moda, usando-a em várias ocasiões. Uma das propostas da entidade é, por exemplo, fazer uma campanha para convencer os proprietários de restaurantes japoneses a concederem um generoso desconto para clientes que vierem trajando quimono completo. Com isso, os restaurantes ganham uma aparência típica e o quimono sairá dos armários para ser usado no dia a dia.
“A Associação quer fazer com que a moda japonesa deixe de ser mero conceito em palcos e passarelas, e passe para as ruas. Moda que não é usada, quando muito, vira peça de museu”, finaliza Cristiane Sato.