jun 012015
 

yami no ichinichiNo mês da comemoração dos 107 anos do início da imigração japonesa no Brasil, o Sábado Resistente apresentará o filme “Yami no Ichinichi – O crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil” (Mario Okuhara, 2012, 1h22min.), que relata um episódio dramático cujas consequências marcaram profundamente a comunidade japonesa no Brasil.

O documentário, fruto de intensa pesquisa, retrata a brutal repressão contra os estrangeiros que, iniciada no Estado Novo (1937 – 1945), prosseguiu no ano de 1946 sobre a população japonesa. As restrições impostas pela ditadura impediram qualquer forma de comunicação em língua japonesa, impedindo que os imigrantes tivessem conhecimento da situação do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Desta forma, uma violenta discórdia foi desencadeada dentro da comunidade japonesa no Estado de São Paulo, provocando mortes e ferimentos.

“Yami no Ichinichi” traz a saga de Tokuichi Hidaka que, em 1946, aos 19 anos de idade, foi um dos autores do assassinato do coronel Jinsaku Wakiyama, em crime atribuído à entidade Shindo Renmei (Liga dos Caminhos dos Súditos). Hidaka, que vive hoje na cidade de Marília, entregou-se à polícia com o restante do grupo e cumpriu 18 anos de prisão. Em liberdade, sofreu a punição da coletividade japonesa: foi discriminado, condenado ao ostracismo, sem oportunidade para contar a sua versão.

Décadas mais tarde, Hidaka retorna ao presídio da Ilha de Anchieta para reconstruir a memória da época e encontrar o sentido da sua vida no Brasil.

Nesta oportunidade, também estará presente Maurício Moromizato, prefeito de Ubatuba, SP, que no debate relatará propostas de preservação da Ilha de Anchieta para sua transformação em lugar de memória e consciência.

A atividade é gratuita e não é necessário se inscrever.

Exibição do “Yami no Ichinichi – O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil”
Data/hora: 6 de junho de 2015, sábado, das 14h às 17h30
LocalMemorial da Resistência de São Paulo – Auditório Vitae – 5º andar
Largo General Osório, 66 – Luz – São Paulo – SP
Informações: (11)3335-4990
Entrada Franca

mar 212013
 

Estandarte da Shindo Renmei

Veja a utilização do estandarte nesta foto de 1946

Yasuo Yamamura entrou em contato com o Projeto ABRANGÊNCIAS após assistir o documentário “Yami no Ichinichi – O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil“.
Ele resgatou nos pertences de seu pai Tamotsu Yamamura, documentos das atividades da Shindo Renmei na cidade de Valparaíso/SP. Entre os objetos raros, o estandarte da Shindo Renmei, além de fotos e atas das reuniões.

O estandarte foi devidamente enquadrado para ser doado ao Museu da Imigração Japonesa no Brasil. O local da exposição do estandarte será definido no ato da entrega, que será às 14 horas do dia 22 de março de 2013.

O Projeto ABRANGÊNCIAS é uma iniciativa do “Imagens do Japão” que iniciou suas atividades em 1970 com o programa de nome homônimo na televisão brasileira. O objetivo é resgatar a Memória Nipo-Brasileira e nesta primeira fase, recuperar a difícil situação dos japoneses nos anos 40.

O escritório do Museu da Imigração Japonesa no Brasil fica no 3ºandar do prédio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo, Rua São Joaquim, 381 – Liberdade – Tel.: 11 3208-1755 – contato@projetoabrangencias.com.br

dez 102012
 

O documentário do cineasta Mario Jun Okuhara, concluído em 2012, agora pode ser visto aqui:

O jovem Hidaka aparece na foto a direita, no círculo destacado, na Ilha Ancheita

Sinopse do filme:
Yami no Ichinichi – O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil traz a saga de Tokuichi Hidaka, que, em 1946, aos 19 anos de idade, foi um dos autores do assassinato do coronel Jinsaku Wakiyama, em crime atribuído a uma entidade denominada Shindo Renmei (Liga dos Caminhos dos Súditos). Entregou-se à polícia com o restante do grupo e cumpriu 15 anos de prisão. Em liberdade, sofreu a punição da colônia japonesa: foi discriminado, condenado ao ostracismo, sem oportunidade para contar a sua versão. Décadas mais tarde, Hidaka inicia uma busca por amigos e pessoas desse período para reconstruir a memória da época e encontrar o sentido da sua vida no Brasil. Nesta nova versão do documentário, integrantes da família Wakiyama falam do papel exercido por Jinsaku na comunidade nipo-brasileira paulista dos anos 1940 e expõem seu ponto de vista sobre os fatos. No documentário, Hidaka, com seus 85 anos, mas com uma lucidez invejável, visita a Ilha Anchieta, onde esteve preso, e revela os detalhes daquela passagem.
Um belo filme, com boas imagens e entrevistas coerentes. Vale a pena assistir os 1 hora e 22 minutos para entender uma parte importante da história do Brasil. Quem leu ou assistiu “Corações Sujos” certamente vai ter informações mais profundas assistindo “Yami no Ichinichi”.

Veja matéria sobre o estandarte da Shindo Renmei que foi encontrado e doado para o Museu da Imigração Japonesa.